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Haddad diz que Campos Neto teve voto técnico, que não houve concessão e ambos vão se falar

Ministro da Fazenda diz que mantém respeito pelo presidente do Banco Central e que seu voto foi 'técnico' pela redução de meio ponto

Fernando Haddad - Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o corte de juros de meio ponto pelo Banco Central nesta quarta-feira. Em conversa com jornalistas na sede da Fazenda, Haddad disse que a redução indica que a política econômica está no caminho certo. Ele também comentou sobre o voto de Campos Neto alinhado ao de Gabriel Galípolo - ambos votaram pela redução de meio ponto - afirmando que a decisão foi técnica, e que o diálogo com Campos Neto sempre foi de alto nível.

- Eu queria reiterar o respeito pelo Banco Central. Nós sempre mantivemos diálogo de alto nível, a começar pelo presente Campos Neto. Esse diálogo técnico resultou nesse placar apertado, que foi o 5 a 4. Vai ajudar muito as expectativas - afirmou o ministro da Fazenda.

Pouco antes, Haddad havia postado em uma rede social que a decisão mostrava que a política econômica estava na direção correta.

"O corte de 0,50% na taxa básica de juros sinaliza que estamos na direção certa. Um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos", disse o ministro.

Haddad reiterou que o governo não medirá esforços para combater a inflação, mas disse que a alta dos preços está sob controle.

- A inflação está controlada e a economia vai começar a de replanejar. Por um Brasil de crescimento sustentável. Não estamos no fim de um trajeto, concluímos o primeiro ciclo de medidas. É o começo de trabalho que será longo ainda. Temos desafios pela frente - disse o ministro.

Ele disse que o governo ainda enviará novas medidas econômicas para o Congresso, e isso vai ajudar a melhorar o cenário para a economia.

- Saio mais otimista hoje. Saúdo o presidente Roberto Campos pela interlocução. O clima vem melhorando a cada ciclo de reuniões. Vamos encaminhar para o congresso uma nova leva de medidas que vão patrocinar novos ajustes. Se mantivermos o passo, são juros menores, com menos inadimplência - disse.

Sobre as divergências com Campos Neto, ele disse que encara como normal na vida pública.

- A vida política é assim, você tem as divergências públicas. Eu falo aqui do ponto de vista institucional. Posso assegurar que o diálogo entre nós e as nossas equipes foi o mais elevado possível. Eu tenho certeza que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece de economia, aquilo que ele domina. É um voto técnico, à luz de tudo que ele conhece da realidade do país.

Ele disse que mandou mensagem para Campos Neto e ambos devem se falar.

- O fato de estamos alinhado em torno da decisão, não significa que houve uma concessão do banco central. Mandei uma mensagem para o presidente Roberto Campos e ficamos de falar. Vou comunicar a decisão ao presidente Lula. Isso tudo fortalece a agenda econômica. Nós temos que continuar.