Foz do Amazonas

Exploração de petróleo: Lula diz que estudo do Ibama não é definitivo: "podem continuar sonhando"

Região é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país

Presidente Lula - Jean-Christophe Verhaegen / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (3) que quer "continuar sonhando" com a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e que a decisão do Ibama que barrou a perfuração "não é definitiva". O órgão ambiental negou uma licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório a cerca de 160 km da costa do Oiapoque (AP), no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

A Foz do Amazonas é uma das regiões da chamada Margem Equatorial, que abrange todo o litoral norte e alcança a do Rio Grande do Norte, no Nordeste. A região é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país.

"Eu vou dizer para vocês que vocês podem continuar sonhando e eu também quero continuar sonhando. Nós tínhamos a Petrobras com uma plataforma preparada para fazer pesquisa nessa região. Houve um estudo do Ibama que dizia que não era possível, mas esse estudo do Ibama não é definitivo, porque eles apontam falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir" afirmou durante entrevista à rádios da Amazônia.

Lula afirmou que o assunto ainda está sendo discutido e que a decisão é "muito importante". O presidente ressaltou que é preciso pesquisar como será possível evitar um desastre ambiental, mas que o caso deve ter um desfecho em breve.

"Estamos discutindo isso. Eu acho que essa é uma decisão muito importante, uma decisão que o estado brasileiro tem que tomar. Mas o que a gente não pode é deixar de pesquisas" afirmou, completando: "E vamos então pesquisar. Nós estamos num processo de discussão interna e acho que logo, logo a gente vai ter uma decisão do que a gente pode fazer. A gente primeiro tem que explorar, tem que fazer a pesquisa. Se a pesquisa apontar, constatar que a gente tem o que a gente pensa que tem lá embaixo, ai sim nós vamos fazer a segunda discussão. Como fazer para explorar sem causar nenhum prejuízo a qualquer espécie amazônica."

A Petrobras apresentou recurso contra a decisão do órgão ambiental, mas não há data para uma nova análise. A estatal enviou novos dados técnicos, além de ter disponibilizado mais embarcações de apoio e equipamentos, de acordo com as exigências.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também afirmou em outra ocasião que a empresa retirou a sonda de perfuração da bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, e que caso o Ibama reveja a decisão e autorize a licença para perfurar um bloco na área, o equipamento voltará para a região.