Haddad: medidas de ajuste fiscal precisam ser aprovadas neste ano para evitar cortes no Orçamento
Na lista de ações estão a tributação de fundos exclusivos e de ativos no exterior
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que as medidas de ajuste fiscal para aumentar a receita do governo precisam ser aprovadas ainda em 2023 para evitar cortes de despesa no próximo ano.
O governo vai enviar a peça orçamentária de 2024 no fim de agosto, já atrelada com diversas propostas de aumento da arrecadação, como a tributação de ativos offshore (no exterior) e taxação de fundos exclusivos. A lei permite atrelar ao orçamento medidas em tramitação no Congresso.
— As coisas estão indo para o Congresso. Precisam ser aprovados este ano porque, se não, o relator do orçamento vai ter que cortar despesa, por que se não não vai conseguir atingir equilíbrio — disse o ministro, em entrevista à GloboNews.
Haddad também disse que a redução da taxa de juros pelo Banco Central era óbvia.
— Esse é um trabalho de ida e volta. Realizamos um conjunto de medidas que tiveram reconhecimento das agências de risco e organismos internacionais. Isso é resultado de um trabalho que foi feito junto ao Congresso e aos tribunais. Era óbvio que cabia ao Banco Central reagir. O corte de 0,50 veio calibrado.
Na quarta-feira, o Banco Central anunciou o primeiro corte da taxa básica de juros desde agosto de 2020. A Selic saiu de 13,75% para 13,25%, ou redução 0,5 ponto percentual.
A decisão não foi unânime. Todos votaram pela redução, mas divergiram sobre o tamanho, sendo a primeira reunião do Copom sem consenso em quase um ano.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, surpreendeu e votou pela redução de 0,5 ponto. A decisão agradou Haddad. Ele considerou o voto de Campos Neto como “técnico” e “calibrado”.