Com saída de ministra substituta do TSE, Moraes terá oportunidade para sugerir novo nome
Maria Claudia Bucchianeri não será reconduzida para mais um mandato à frente da Corte
A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri não será reconduzida para mais um mandato à frente da Corte, abrindo espaço para que um novo ministro próximo a Alexandre de Moraes seja indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela ocupava uma vaga destinada aos ministros da classe dos juristas.
Bucchianeri esteve no TSE para um mandato de dois anos, que poderia ser renovado por mais dois. Pela praxe, a recondução seria dada como certa. Mas uma decisão de comum acordo entre ela e Moraes fez com que decidisse não renovar sua permanência para um segundo biênio.
Em maio, também em uma quebra de tradição, Maria Cláudia não concorreu a uma vaga de ministro titular da Corte, como ocorre sempre com o ministro substituto mais antigo. Nos bastidores, o movimento foi atribuído a um estranhamento entre ela e Moraes. Maria Claudia passou a enfrentar resistências por decisões dadas durante as eleições que teriam desagradado Moraes.
Em vez dela, foi indicado para a vaga o advogado André Ramos Tavares, próximo do presidente do TSE. A nomeação dele e de Floriano de Azevedo Marques por Lula foi feita em tempo recorde.
Nesta quinta-feira, ao final da sessão plenária do TSE, os ministros prestaram homenagem à advogada, que foi apenas a segunda mulher a fazer parte do tribunal pela classe dos juristas.
Na despedida, Moraes ressaltou o papel de Maria Cláudia como coordenadora institucional do “TSE Mulheres”, pelo qual foi relatora da minuta do Protocolo para Atuação Conjunta no Enfrentamento da Violência Política de Gênero, celebrado entre o TSE e a Procuradoria-Geral da República.
Agora, caberá ao TSE, liderado por Moraes, enviar uma lista de nomes a partir da qual o Supremo Tribunal Federal (STF) votará e elaborará uma lista tríplice que será encaminhada a Lula.
Nos bastidores, especula-se que a lista deverá trazer o nome de mulheres, uma vez que a falta de representatividade na cúpula do Judiciário tem sido alvo de críticas por parte da opinião pública e de integrantes do governo.
O TSE é formado por sete ministros titulares: três oriundos do Supremo, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e sete substitutos. Com a saída de Maria Cláudia, ficam na Corte apenas as ministras Cármen Lúcia, atual vice-presidente do TSE, e Edilene Lôbo, que já está em uma das vagas de ministro substituto destinadas à advocacia.