rio de janeiro

Operação da PF mira esquema de gatonet de ex-bombeiro preso por envolvimento na morte de Marielle

Maxwell Simões, o Suel, foi preso na última segunda-feira (31), após ser apontado por Élcio de Queiroz como cúmplice de Ronnie Lessa no crime

O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa é investigado por participação no caso Marielle Franco - Reprodução - Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj

A Polícia Federal deflagra nesta sexta-feira (4) uma nova operação do caso que investiga as mortes de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. A ação mira um esquema de gatonet no qual o ex-bombeiro Maxwell Simões, o Suel, teria envolvimento. A PF pretende cumprir sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-militar, preso na última semana. Ele foi apontado por Élcio de Queiroz, em sua delação premiada, como cúmplice do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora.

A nova ação ocorre em endereços no Complexo Lins e no Méier, na Zona Norte do Rio. A Operação Élpis, deflagrada em 24 de julho, foi a primeira ação desde o início de 2023. De acordo com o Ministério Público do Rio, Maxwell — único preso — era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato e amigo de Suel. O ex-bombeiro também teria ajudado a jogar o armamento no mar.

PF fará operações contra os mandantes do crime
O ministro pontuou na última semana que novas operações deviam acontecer ainda no começo deste mês, contra alvos apontados nas investigações como mandantes do crime. Ele afirma que não há dúvidas da participação de outras pessoas, e que as “investigações mostram a participação das milícias e do crime organizado do Rio de Janeiro”. Até agora, a PF estava debruçada nos executores da parlamentar e de seu motorista.

"A novidade é que as provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie. Isso conduziu à delação do Élcio. Ao fazer a delação, ele confessa a própria participação, aponta a participação do Ronnie e acrescenta a participação decisiva do Maxwell. É o início de uma nova fase probatória. Alvos da busca de hoje estão relacionados à delação do Élcio."

Sobre a nova operação, o que avança nas investigações, o ministro disse:

"Passos concretos, efetivos, relevantíssimos que estão sendo dados mostram que estamos próximos de esclarecer. Não há crime perfeito. Outras novidades com certeza ocorrerão nas próximas semanas."

"Nosso foco agora é escalar essa investigação para que a gente possa, partindo de um alicerce, já mais estruturado e firme, buscar outras pessoas envolvidas na parte de autoria intelectual desse crime, de forma que a entrada da Polícia Federal determinada pelo ministro da Justiça, ela não se deu por conta de federalização, como às vezes se confunde. Na verdade, existem investigações paralelas. A Polícia Civil ainda tem inquérito policial, ainda faz a sua investigação. Estamos fazendo a nossa. E nós estamos absolutamente focados em apurar. Estamos preocupados em escalar e buscar eventuais envolvidos na parte de autoria intelectual desse crime" disse o superintendente da Polícia Federal Leandro Almada.

De acordo com o promotor de Justiça e integrante da força-tarefa Eduardo Morais Martins, na denúncia consta que o crime foi cometido devido às causas defendidas pela vereadora. No dia do crime, a parlamentar deixava a Casa das Pretas, após cumprir uma agenda com uma roda de conversa. Ela estava acompanhada pelo motorista e pela assessora quando sofreram os ataques.

"Desde a denúncia de Ronnie e Élcio, já se coloca na denúncia que o crime foi praticado por conta também das causas defendidas por Marielle. Isso não exclui outras possíveis motivações. Isso está na denúncia e permanece."