síndrome da pessoa rígida

"Não achamos nenhum remédio", diz irmã de Celine Dion sobre doença da cantora; entenda a condição

Artista foi diagnosticada com síndrome da pessoa rígida, um raro distúrbio neurológico

Celine Dion - Reprodução/Instagram

A irmã de Celine Dion, Claudette Dion, atualizou o estado de saúde da artista e disse que a família não encontrou ainda “nenhum remédio que funcione” contra a doença que atinge a cantora. Em dezembro do ano passado, ela afirmou por meio das redes sociais que foi diagnosticada com síndrome da pessoa rígida, um raro distúrbio neurológico, que pode causar rigidez muscular e espasmos musculares.

Claudette, em entrevista à publicação canadense Le Journal de Montréal, dissse que a cantora está recebendo o apoio de toda a família e que uma outra irmã, chamada de Linda, se mudou para a casa de Celine para ajudar em seus cuidados.

“Quando ligo para ela e ela está ocupada, falo com minha irmã Linda, que mora com ela e me diz que está trabalhando muito. Sinceramente, acho que ela precisa descansar. Ela sempre vai além, e tenta ser a melhor em seu jogo. Mas seu coração e corpo estão tentando lhe dizer algo. É importante ouvi-lo", diz Claudette.

O que é a síndrome?
Extremamente rara, estima-se que a doença afete cerca de uma a duas pessoas por milhão. A condição é caracterizada por espasmos persistentes, abrangendo vários músculos diferentes, especialmente os dos membros inferiores e do tronco – quando as pernas são afetadas, o paciente começa a andar como um soldado porque não consegue movimentar muito bem seus músculos e articulações.

Costuma surgir entre os 40 e 60 anos de idade apresentando-se, inicialmente, como espasmos intermitentes que evoluem, tornando-se contínuos. Somente cerca de 5% dos casos ocorrem na infância ou adolescência.

“Enquanto ainda estávamos entendendo o que era essa rara doença, nós sabemos agora que era ela que estava causando todos os espasmos que eu estava tendo. Infelizmente, esses espasmos afetam todos os aspectos da minha vida diária. Às vezes causam dificuldades para eu andar e não me permitem usar minhas cordas vocais para cantar do jeito que eu estou acostumada a cantar”, afirmou a cantora em dezembro de 2022 ao anunciar a doença e cancelar shows.

Como são as manifestações?
A síndrome da pessoa rígida doença pode se manifestar de 6 formas diferentes, são elas: a forma clássica, ou seja, quando afeta a região lombar e as pernas; forma variante, ao atacar somente um membro, mas resulta em uma postura distônica ou para trás; forma rara quando a rigidez acontece em todo o corpo. As manifestações ainda podem ocorrer com uma desordem do movimento funcional, com parkinsonismo generalizado e paraparesia espástica hereditária.

Normalmente, o paciente diagnosticado com essa síndrome, possui outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, tireoide ou vitiligo. Apesar de ser rara, ela possui tratamento e pode ser curada, entretanto, pode ser demorado.

Sintomas
Além da rigidez e dos espasmos dolorosos, que são os principais sintomas da doença, o paciente pode apresentar fortes dores nas articulações, principalmente nas costas e coluna. A rigidez acentuada também pode causar ruptura das fibras musculares, luxações e fraturas ósseas. A pessoa também pode cair com frequência porque não consegue se movimentar e se equilibrar de forma adequada.

Também é comum haver deformidades nos braços e nas pernas devido à presença destes espasmos, se a doença não for tratada.

Tratamento
Não há cura para a síndrome da pessoa rígida, mas ela pode ser controlada com injeções de anticorpos específicos, medicamentos anti-ansiedade e relaxantes musculares.

A condição precisa ser tratada com o uso de medicamentos prescritos por especialistas. Em alguns casos, o paciente precisa ser internado na UTI para garantir o bom funcionamento de outros órgãos, como o coração, pulmão e rins durante o tratamento. Todo o processo pode variar de semanas a meses.

A transfusão de plasma e o uso de anticorpo monoclonal anti-CD20 (rituximab) também podem ser indicados e tem bons resultados.