Trump diz que 'lacração' da seleção feminina custou eliminação da Copa do Mundo
Os Estados Unidos foram eliminados nos pênaltis para a Suécia
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump criticou a seleção feminina de futebol de seu país na noite de domingo (6), após a equipe ter sido eliminada da Copa do Mundo nos pênaltis para a Suécia, declarando que "lacração é igual ao fracasso".
Apesar do título nas duas últimas edições do torneio, o time feminino se tornou alvo da raiva da direita política americana, sobretudo pelo seu posicionamento em defesa da justiça social.
Muitos conservadores se incomodaram com as jogadoras americanas que se ajoelharem durante o hino nacional do EUA, uma forma de protesto ao histórico do país em relação à desigualdade racial.
"Muitas de nossas jogadoras eram abertamente hostis à América - nenhum outro país se comportou de tal maneira, ou mesmo perto. A lacração é igual ao fracasso", disse ele em seu perfil na plataforma TruthSocial, a qual é um dos fundadores.
Para o ex-presidente, a derrota foi "completamente emblemática do que está acontecendo com nossa outrora grande Nação sob o comando de Joe Biden".
Ele ainda alfinetou a vencedora de uma Bola de Ouro e Chuteira de Ouro, Megan Rapinoe, por ter perdido um pênalti na partida que contra a Suécia, a primeira eliminação precoce da seleção americana em uma Copa do Mundo Feminina. "Belo chute, Megan", escreveu ele.
A atacante, peça central na seleção que venceu a competição em 2015 e 2019, além do ouro olímpico em 2012, disputou sua última participação no torneio.
Rapinoe é uma das principais vozes na luta por igualdade salarial e de condições no futebol feminino, além de uma defensora inabalável da igualdade racial e de questões feministas e que envolvem a comunidade LGBTQIA+.
Em uma entrevista pós-jogo, a atleta se emocionou ao falar sobre a derrota por 5 a 4 nos pênaltis, após um empate em 0 a 0 no tempo regulamentar.
"Para mim, pessoalmente, isso é uma piada de mau gosto. Perdi um pênalti", disse ela.
Favorito à indicação republicana para concorrer à presidência dos EUA em 2024, o magnata enfrenta uma série de processos judiciais, incluindo uma tentativa de obstrução eleitoral nas últimas eleições presidenciais.
Ao contrário do posicionamento de Trump, a primeira-dama, Jill Biden, enviou uma mensagem de apoio à seleção feminina de seu país.
"Hoje vocês nos inspiraram com sua garra e determinação. Estamos orgulhosas de vocês. Lembrem-se sempre que vocês encorajam mulheres e crianças em todo o lugar a lutarem por seus sonhos", escreveu em sua conta no Twitter, recentemente renomeado X.