NOVELA

Letícia Laranja exalta a força feminina e se empolga com crescimento da destemida Flor em novela

"Terra e Paixão" passa na Globo de segunda a sábado, às 21h

LETÍCIA LARANJA, A FLOR DE "TERRA E PAIXÃO", DA GLOBO - FOTO: DIVULGAÇÃO

              Letícia Laranja sempre almejou conquistar seu espaço na televisão. Mas nem em seus melhores sonhos havia a oportunidade de já estrear no vídeo em uma novela das nove da Globo. Na pele da sedutora Flor de “Terra e Paixão”, Letícia mostra muita vontade de aprender, preparo psicológico para lidar com a visibilidade e boas doses de humildade ao se atentar que este é apenas um primeiro passo.

“O ator é um comunicador e quanto maior é o alcance da comunicação, mais responsabilidade se tem sobre o que está sendo dito e passado. Encaro esse momento com tranquilidade e, sobretudo, cuidado para fazer escolhas significativas”, avalia.

Nos primeiros capítulos da trama de Walcyr Carrasco, Flor era apenas mais uma das meninas do bordel da cidade que caía de amores por Caio, o galã de Cauã Reymond. Aos poucos, entretanto, sua história foi ganhando destaque e deslanchando ao exibir as conexões da personagem com o tio do protagonista, Ademir, interpretado por Charles Fricks. “É uma relação delicada. Ademir aceita assumir a paternidade da filha da Flor, mas ela precisa abrir mão de sua relação com a menina. É claro que ela não aceita. Gosto da força da personagem. A vida dela é difícil, mas ela mantém sua dignidade”, compara.

              Durante o processo de composição, muito além das cenas tórridas ou do timing cômico do núcleo do bar Naitandei, a maternidade logo surgiu como ponto de partida para o papel. Durante a busca por inspirações e referências, a pesquisa acabou levando a atriz a pensar de forma mais aprofundada sobre o tema. “Não sou mãe e ter de compreender o que é ser mulher e mãe dentro dessa sociedade tão machista e patriarcal me fez pensar em muitas questões, me deixou mais atenta às mulheres que são mães solo e que precisam se desdobrar para criarem seus filhos e ainda assim serem o tempo todo criticadas pelo caminho que escolhem, seja ele qual for”, opina.

As situações dramáticas vividas pela personagem acabaram aproximando o público da atriz. Seja nas ruas ou nas redes sociais, Letícia tem se emocionado com relatos e conselhos que vem recebendo logo quando os capítulos chegam ao fim. “Fico feliz quando percebo que o público compra o sonho da Flor e torce por ela. É muito gratificante”, celebra.

              Há alguns anos Letícia vem fazendo testes para produções da Globo. A chance para “Terra e Paixão” surgiu a partir de um chamado do produtor de elenco Fábio Zambroni. Apesar da demora e dos muitos nãos recebidos no percurso, ela acredita que tudo aconteceu no momento certo. “Já tive muitos momentos de provação, mas nunca pensei em desistir. Sabia que uma hora as coisas iriam começar a acontecer”, ressalta.

Ao chegar nos primeiros ensaios da trama, Letícia bem que tentou manter a naturalidade e fingir costume ao se ver ao lado de nomes como Glória Pires e Susana Vieira. Porém, também viu de maneira muito positiva que a televisão vem dando oportunidade para novos profissionais, não só no elenco, mas também por trás das câmeras. “Achei isso muito curioso. Tem novato em todos os setores da produção. É um momento de renovação e de aprendizado. É muita gente celebrando seu primeiro trabalho em novelas, com muitas ideias e propostas a oferecer. Todo mundo sai ganhando com essa mistura”, acredita.

              Natural de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Letícia deu seus primeiros passos artísticos em corais e pequenos grupos de teatro locais. Disposta a investir nas Artes Cênicas, aos 17 anos, decidiu se mudar para a capital do estado em busca profissionalização e oportunidades. Formada pela renomada Casa das Artes de Laranjeiras – CAL, os últimos dez anos foram intensos, com Letícia emendando peças e shows musicais, além da busca por papéis na tevê. “As dificuldades fazem parte desse caminho.

O que vale a pena é conseguir viver do meu ofício, colocar em prática os anseios daquela menina que sonhava com os palcos e os estúdios”, emociona-se. Paralelamente ao trabalho em “Terra e Paixão”, ela também está no elenco da novíssima “Vicky e a Musa”, primeira série musical do Globoplay direcionada ao público adolescente. “É um projeto incrível e que une música e atuação, as duas paixões da minha vida. É uma participação mais afetiva e que me deixou muito feliz”, valoriza.