Caruaru

Comissário é punido por agredir e publicar fotos íntimas da ex-companheira nas redes sociais

Portaria aponta que o agente negligenciou o cumprimento dos deveres de zelar pela dignidade da função policial e de ter conduta pública irrepreensível

Mulher chegou a registrar Boletim de Ocorrência, no dia 05 de junho de 2020 - Reprodução/Google Street View

Um comissário da Polícia Civil de Pernambuco foi punido com 30 dias de afastamento por atos de violência contra a ex-companheira, cometidos em 2020, em Caruaru, no Agreste.

Segundo o Boletim Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) dessa terça-feira (8), o agente agrediu fisicamente e cuspiu no rosto da mulher em frente ao local de trabalho dela. A confusão ocorreu no dia 11 de maio de 2020.

O documento também aponta que o policial civil teria divulgado fotos íntimas da vítima nas redes sociais, levando a mulher a registrar Boletim de Ocorrência no dia 5 de junho de 2020. Na ocasião, ela solicitou medidas protetivas de urgência.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para preservação da identificação da vítima.

Após três anos de investigação, a SDS puniu o comissário com suspensão de 30 dias, devendo a pena ser convertida em multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração, e o policial obrigado a permanecer no serviço.

"Restou demonstrado pelo acervo probatório reunido nestes autos, inclusive com vídeo contendo imagens dos fatos objeto deste feito, relacionado as circunstâncias envoltas à agressão, cuja conduta do servidor policial civil ora imputado é reprovável na seara administrativa em ordem disciplinar, face ao cargo que ocupa", afirma a portaria.

O documento também aponta que o agente negligenciou o cumprimento dos deveres de zelar pela dignidade da função policial e de ter conduta pública irrepreensível, [...] "completamente incompatível com as normas vigentes, assim como incongruente com o programa de política pública do Poder Executivo Estadual de combate e repressão à violência doméstica e familiar contra a mulher".

A portaria com a decisão foi assinada pela secretária de Defesa Social de Pernambuco, Carla Patrícia Cunha.