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Brasil lamenta morte de candidato presidencial no Equador; entenda o caso

Villavicencio, que estava em 2º lugar nas pesquisas eleitorais, foi assassinado a tiros na quarta-feira (9); Itamaraty disse esperar que responsáveis sejam "identificados e levados à justiça"

Mulher recebe socorro após ser ferida durante atentado que matou o candidato equatoriano Fernando Villavicencio - AFP

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, externou "profunda consternação" pelo assassinato do candidato à Presidência do Equador, Fernando Villavicencio, morto na quarta-feira (9), com três tiros na cabeça. Villavicencio estava entre 4º e 5º colocado nas pesquisas eleitorais e apoiava-se em um discurso anticorrupção e antiterrorismo.

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato, na tarde de hoje, 9 de agosto, em Quito, de Fernando Villavicencio, candidato às eleições presidenciais no Equador. Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos", diz a nota divulgada pelo Itamaraty no fim da noite de quarta.

Jornalista e candidato pelo Movimento Construye, Villavicencio foi morto por volta das 18h20 do horário local (20h30 no horário de Brasília). Testemunhas disseram que ouviram rajadas de tiros e Villavicencio cair no chão gravemente ferido. Ele foi levado para atendimento médico imediatamente na Clínica da Mulher, um centro de saúde próximo ao local do atentado, mas não apresentava mais sinais de vida.

O crime foi reivindicado pela facção criminosa Los Lobos, apontada pelo observatório InSight Crime como o segundo maior grupo criminoso do Equador, com mais de 8 mil membros distribuídos nas prisões do país. O grupo esteve envolvido em vários massacres sangrentos em prisões no Equador, que deixaram mais de 315 presos mortos só em 2021, e atua principalmente com tráfico de drogas e mineração ilegal.

Um dos suspeitos pelo crime foi morto durante troca de tiros com a polícia, segundo autoridades equatorianas. Até o momento, já foram presas seis pessoas suspeitas do assassinato de Villavicencio. As detenções em flagrante ocorreram durante incursões realizadas em Conocoto e San Bartolo, em Quito, com a supervisão legal do Ministério Público do Estado.

Supostos membros de Los Lobos assumiram a responsabilidade pelo assassinato de Villavicencio. "Toda vez que políticos corruptos não cumprem suas promessas quando recebem nosso dinheiro, eles serão demitidos", afirma um integrante não identificado, em áudio divulgado nas redes sociais.

Villavicencio apresentava-se aos eleitores como um combatente à corrupção sob o slogan "É hora dos corajosos". Uma de suas principais propostas de governo era a implementação do Plano Nacional Antiterrorismo, que começaria com a identificação das estruturas mais perigosas que operam no Equador: tráfico de drogas, mineração ilegal, corrupção e suborno, ligadas entre si e à política, a fim de combatê-las.