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CEO da Latam critica restrição de voos por destino no Santos Dumont

Para executivo, decisão para onde voar é do cliente. Lula deve anunciar hoje, em evento no Rio, uma portaria que limita voos do aeroporto a um raio de 400 km

Segundo relatório da Anac, a Latam é responsável por transportar 67% dos passageiros de voos internacionais no Brasil no primeiro semestre de 2023 - Martin Bernetti / AFP

O CEO da Latam, Jerome Cadier, criticou a decisão de limitar os voos no Santos Dumont para beneficiar o Galeão. Para ele, não cabe ao governo decidir de que aeroporto o passageiro deve voar ou para que destino determinado terminal vai oferecer voos.

"Definir que um determinado aeroporto só vai servir duas ou três ou uma cidade é tirar do cliente, do passageiro, a decisão de para onde ele quer voar. A gente precisa entender como o mundo trata a aviação. A decisão de para onde voar é do cliente" disse em entrevista à Globonews.

Nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem ao Rio, deve anunciar a edição de uma portaria que restringe as rotas a partir do aeroporto central carioca a um raio de até 400 quilômetros. Dessa forma, as operações no Santos Dumont ficarão restritas a Belo Horizonte, São Paulo (Congonhas) e, provavelmente, Vitória.

O governo já havia decido limitar o número de passageiros que o Santos Dumont pode movimentar por ano, o que levou empresas a transferir voos desse aeroporto para o Galeão.

De acordo com o executivo da Latam, a limitação do número de passageiros é algo mais simples. Mas a mudança no que ele chama de "vocação do aeroporto" exigiria uma mudança de lei, não uma portaria.

"É bem complicado porque, no final das contas, mudar o que a gente chama de vocação de aeroporto, definir para onde voar, exige uma mudança de lei. Reduzir a quantidade de passageitos do aeroporto, não, é muito mais simples."

A determinação de limitar o número de voos partiu da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), após costura política do governo federal, da prefeitura do Rio e do governo fluminense. As duas últimas defendem a limitação de voos e destinos do Santos Dumont para dinamizar o Galeão, que está esvaziado.