Vaiado, Claudio Castro ganha afago de Paes e Lula: 'Aqui ninguém tem problema com outra filiação'
Governador do Rio esteve em Brasília
Em um cenário de aproximação de olho nas eleições municipais de 2024, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), fez um desagravo nesta quinta-feira ao governador Claudio Castro (PL), vaiado pela militância do PT durante uma recepção ao presidente Lula na capital fluminense. O presidente seguiu o gesto do prefeito carioca e fez um aceno ao governador também.
Castro e o vice-governador Thiago Pampolha (União) ouviram vaias do público reunido no estádio Ítalo Del Cima, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, quando tiveram seus nomes anunciados na cerimônia em que o governo federal anunciou recursos de cerca de R$ 3,2 bilhões para projetos de mobilidade urbana no Rio. O governador recepcionou Lula nesta manhã, dando início a uma agenda que terminará apenas na sexta, com o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Paes chamou atenção do público e disse que "aqui ninguém tem problema com outra filiação partidária". Castro fez campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.
— Cheguei na prefeitura (em 2021) com um déficit de R$ 10 bilhões. Havia um governo federal hostil, que oprimia o povo. Se eu consegui engatar alguma coisa naquele momento foi graças ao governador Cláudio Castro, que viabilizou para a prefeitura R$ 5 bilhões através da concessão da Cedae — afirmou Paes.
Lula também fez um aceno a Castro, agradecendo uma visita do governador.
— Quando a gente ganha as eleições, não dá para governar sem conversar com governadores e prefeitos. É preciso ter isso na cabeça. O governador do Rio foi meu adversário nas eleições, mas agora acabou. É com ele que precisamos fazer acordo — disse Lula, agradecendo uma visita do governador a Brasília para "discutir projetos para o Rio de Janeiro".
Castro esteve essa semana em Brasília, onde se encontrou com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, para pedir ajuda da equipe econômica em torno da disputa entre a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e que pode liberar para o estado R$ 6,5 bilhões. Na capital federal, Castro também pediu ajuda do governo federal para destravar a obra do complexo farmacêutico da Fiocruz, em Santa Cruz.