CONEXÃO CAFÉ

Os desafios para a produção de café em Pernambuco

Agrônomo Álvaro Eugênio afirma que a produção de café pernambucano deve ser mais valorizada

Ed Machado/Folha de Pernambuco

Você sabia que Pernambuco já foi uma potência na produção de café no Brasil? Mas em um passado nem tão distante as crises no mercado e até mesmo o incentivo governamental praticamente garantiram a erradicação dos cafezais do estado. Garanhuns e Brejão, por exemplo, ainda mantêm uma produção centenária. Nos últimos anos, os municípios de Taquaritinga do Norte e Triunfo têm se destacado na produção de café, especialmente quando o assunto é café especial. Com a predominância da variedade Arábica Typica, uma das mais antigas, produtores locais têm diversificado a cafeicultura com variedades mais resistentes e com maior produtividade. E para debater sobre as dificuldades e desafios de produzir café em nosso estado, o nosso apresentador, o barista Alan Cavalcanti do Role do Barista @roledobarista convidou o agrônomo e consultor Álvaro Eugênio para um papo, onde ele discorreu sobre alguns municípios produtores de café em Pernambuco.


“Primeiro ponto é a questão da altitude: o café exige altitudes moderadas a altas para que ele possa adquirir um sabor especial. O café Arábica, por exemplo, tem essa exigência. Claro que, também, a gente precisa de uma certa quantidade de precipitação, de água, toda planta precisa de água. Por isso, tivemos muito café no agreste inteiro, como, por exemplo, em Brejão e Garanhuns. Mas, hoje, a concentração é mais localizada em Taquaritinga do Norte, onde tem 70% do café de Pernambuco, além de outras regiões que também têm um café muito bom, como Triunfo”, afirmou o agrônomo.

Agrônomo Álvaro Eugênio


Ele afirmou, ainda, que a produção de café pernambucano deve ser mais valorizada.


“O café é uma bebida heterogênea e complexa, e absorve atributos dos locais onde ele é cultivado: então, a gente tem um café único no mundo. Aqueles que têm um paladar mais elaborado vão saber muito bem disso. É o mesmo que ocorre com azeite, com vinho. Mesmo no Recife, encontramos café da Colômbia, de vários países africanos, e a gente precisa inserir nosso café dentro desse contexto. Assim, nós precisamos saber valorizar o nosso café. Nós vendemos barato, porque o café “não tem preço”: se você contar uma boa história e inserir que ele é único, nós conseguimos um bom valor de venda e, assim, valorizamos a cafeicultura local”, declarou Álvaro Eugênio.


O programa Conexão Café acontece todas as quintas-feiras às 13h, e pode ser acompanhado pelo dial da Rádio Folha FM 96,7 ou pelo canal do YouTube e Facebook da Folha de Pernambuco. Confira o programa na íntegra, acessando o podcast Conexão Café no player abaixo: