operação

Quem são os alvos da PF na operação envolvendo negociação de presentes em viagens oficiais

Nesta manhã, estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão em três estados

General do Exército Mauro César Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef: alvos da operação da PF - Reprodução

A operação que a Polícia Federal deflagra na manhã desta sexta-feira (11) em investigação sobre um suposto esquema de venda de presentes dados ao Estado brasileiro durante missões oficiais no exterior tem três alvos. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do general do Exército Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens do Mauro Cid; do tenente do Exército Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL); além do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente e seus familiares.

Os mandados foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos em Niterói, no Rio de Janeiro; em São Paulo e em Brasília.

De acordo com a PF, os alvos são suspeitos dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a corporação.

Conheça os alvos da operação da PF:
Frederick Wassef: o advogado era dono do imóvel em Atibaia onde o policial aposentado Fabrício Queiroz foi preso, em junho de 2020. Ele assumiu em entrevista à revista "Veja", na época, ter escondido o ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro com o objetivo proteger o então presidente Jair Bolsonaro e o filho, o senador Flávio, já que Queiroz poderia ser assassinado “por forças ocultas” e, com isso, a família do presidente seria investigada.

O inquérito apontou que os valores obtidos das vendas desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores".

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o STF.

O nome da operação é uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".