Inflação sobe no Brasil e acumula 3,99% em 12 meses
Preços aumentaram 0,12% em julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE
A inflação em 12 meses no Brasil teve um aumento em julho e atingiu 3,99%, interrompendo um ciclo de 12 meses consecutivos de queda, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11).
Os preços aumentaram 0,12% em julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE.
Os dados mostram uma recuperação da sobrevivência anual acumulada, após, em junho, com deflação de 0,08%, o Brasil atingir 3,16% em 12 meses, a mais baixa desde setembro de 2020.
O IPCA é um indicador importante para as metas de tolerâncias adotadas pelo Banco Central (BCB). Na última quarta-feira (9), a instituição iniciou um ciclo de "flexibilização" da taxa básica de juros, com corte de 0,50 ponto percentual, para 13,25%, a primeira redução em três anos.
Cinco dos nove grupos de produtos e serviços avaliados pelo IBGE tiveram aumentos em julho, com maior impacto no setor de transportes, com uma alta de 1,50%, impulsionada pelas altas nos combustíveis (4,75%).
Já na categoria de alimentos e bebidas, os preços voltaram a cair 0,46%, após queda de 0,66% em junho, influenciaram pelas quedas nos preços do feijão, do óleo de soja e das carnes.
Diante de um panorama de relativo controle da inflação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sufocado o Banco Central a reduzir a taxa básica de juros, ainda entre as mais altas do mundo em termos reais. Desde que assumiu em janeiro, o governo tem insistido repetidamente em um corte que facilita o crédito e incentivo ao consumo e os investimentos.
O índice de julho ficou "levemente" acima do esperado pelo mercado, em torno de 0,07%, disse Gustavo Sung, economista-chefe da consultoria Suno Research, em nota.
Segundo ele, porém, os dados "corroboram o cenário mais benigno para a reflexão brasileira".
Após um ano sem variações, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) avaliou na semana passada que a melhora do quadro inflacionário gerou a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária.
A expectativa do mercado é que o país termine 2023 com vantagem de 4,84%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada na sexta-feira passada.