Premiê australiano pede à China para libertar jornalista presa
Ex-apresentadora da televisão estatal chinesa CGTN está presa há três anos, após um momento de alta tensão nas relações entre Austrália e China
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, pediu à China, neste sábado (12), que libertasse a jornalista australiana Cheng Lei, dizendo estar preocupada com a condição dela após três anos de prisão.
Uma repórter, ex-apresentadora da televisão estatal chinesa CGTN, explicou esta semana em uma mensagem ditada aos representantes australianos de sua cela que sentia falta das árvores, da luz do sol e de seus filhos.
"Cheng deveria ser libertada", disse ele a repórteres em uma visita a Queensland. "Cheng Lei é uma cidadã australiana. Não é alguém que mereça esse tratamento", acrescentou.
Cheng foi detida em agosto de 2020, mas sua situação foi "oficializada" somente em fevereiro de 2021, quando foi formalmente acusada de "fornecer segredos de Estado ao exterior".
Sua prisão ocorreu em um momento de alta tensão nas relações entre Austrália e China, gerando especulações de que teria motivação política.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse na sexta-feira (11) que o caso estava sendo tratado "estritamente de acordo com a lei" e que os direitos de Cheng estavam totalmente protegidos.
A jornalista foi julgada em março a portas fechadas. O tribunal adiou o veredicto e a sentença, que pode ser pena de prisão perpétua.