POLÍCIA

Ex-secretário de Transportes de Surubim é preso por fraude em serviços de limpeza

Ele pagou fiança e foi liberado. Ao todo, 12 pessoas são investigadas

Caminhão de coleta do lixo em Surubim - Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da Operação Entulho, efetuou a prisão do ex-secretário de transportes de Surubim, no Agreste de Pernambuco, que atuou entre 2017 e 2018, por envolvimento em fraudes e irregularidades fiscais em serviços de limpeza no município.

No momento da detenção, que ocorreu por mandado de busca e apreensão, foram encontrados uma arma, além de R$ 40 mil e notebooks, que qualificaram o flagrante, e, após pagamento de fiança, o suspeito aguarda em liberdade.

Além da prisão em primeiro momento, foram expedidos outros cinco mandados de busca e apreensão, dentre eles, para o engenheiro responsável pelo serviço e para o proprietário da empresa licitada. No total, 12 pessoas são investigadas.

Conforme apontam as investigações, uma empresa licitada para prestar os serviços de recolhimento de lixo na cidade, estaria realizando um superfaturamento e superdimencionamento nos valores cobrados, causando um prejuízo de cerca de R$ 800 mil para o município. 

"Iniciamos a investigação com base em um relatório do Tribunal de Contas que apontava as irregularidades. A operação aponta que a empresa realizou serviços que não eram necessários para taxações maiores, além de cobrarem valores muito acima do que é devido", detalhou  Diego Pinheiro, da Dracco, sobre a atuação ilícita da empresa.

"Conseguimos chegar até os indivíduos através do secretário de transportes da empresa, que, no momento da prisão, foi encontrado com uma arma e munições, que foram apreendidas. Os serviços indevidos iam desde contratações de fachada e valores fora de realidade", completou.

As investigações apontam, ainda, que houve uma fraude no sistema de licitação para a prestação dos serviços, e que a empresa chegou a ganhar uma licitação já em 2023 para prestação de serviços de limpeza no município.

"Cinco empresas, em conluio, se candidataram para a prestação dos serviços, mas os mesmos documentos foram apresentados, para que apenas uma delas ganhasse e pudesse prestar os serviços se maneira ilícita", começou Diego Pinheiro. 

"Após as primeiras denúncias, a empresa foi proibida de participar de processos licitatórios e, assim, trocou de nome, mas manteve todos os funcionários e proprietários para prestar burlar a condenação. Ainda neste ano, inclusive neste ano, a empresa ganhou outra licitação para serviços de limpeza na cidade", finalizou o delegado.

Os suspeitos devem responder por peculato, fraude em licitações e associação criminosa. A investigação continua para que os outros envolvidos sejam indiciados.