"Câmara está com um poder muito grande e não pode humilhar o Senado e o Executivo", diz Haddad
Ele diz que sua "boa relação" com o presidente da Câmara começou a ser construída após as eleições
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu nesta segunda-feira (14) que há atritos entre o Executivo e a Câmara dos Deputados. Ele elogia a articulação como as lideranças da Casa, mas diz que a negociação não está sendo ‘fácil’:
— O fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida.
Ele também diz que há a necessidade de “moderação” nas relações entre os poderes.
— O bom da democracia é que a pessoa não vai ter esse poder para sempre, a instituição pode ter, mas você não sabe na mão de quem ela (instituição) vai estar daqui com dois, quatro, 10 anos — diz, sem citar nomes.
Ao falar sobre sua "boa relação" com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Haddad diz que o diálogo começou a ser construído após as eleições, quando foi aprovada a proposta de emenda constitucional da transição, para garantir aumento orçamentário no primeiro ano do governo Lula. Ainda sobre a relação com Lira, Haddad diz que já houve debates:
— A gente só aparece sorrindo, mas às vezes (há) debate acalorado — pontuou.