Haddad explica crítica à Câmara: "Não foi à atual legislatura"
Depois de dizer que a Casa está "com poder muito grande", ministro ligou para o presidente da Câmara, Arthur Lira, para dizer que se referia ao "presidencialismo de coalizão"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou, na tarde desta segunda-feira (14), as declarações que deu sobre a Câmara dos Deputados, quando afirmou que nunca viu a Casa com tantos poderes. Segundo Haddad, a fala não se referia à atual legislatura.
— As minhas declarações foram tomadas como uma crítica à atual legislatura. Na verdade, eu estava fazendo uma reflexão sobre o fim do chamado presidencialismo de coalizão. Na verdade, nós tínhamos até os 2 primeiros governos de Lula, um presidencialismo de coalizão, e isso não foi substituído por uma relação institucional mais estável — declarou o ministro.
Seguindo Haddad, ele ligou e conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira.
— Até falei com Lira, fiz questão de ligar para que isso fosse esclarecido. Primeira providência que fiz foi esclarecer com o presidente Lira. Não teríamos chegado aqui sem o poder Legislativo. Não vai ser uma questão como essa que falei colocar em risco uma relação de meses - afirmou.
O Ministério da Fazenda negou que o cancelamento da reunião entre Arthur Lira e líderes da Câmara tivesse relação com a declaração de Haddad.
'Poder muito grande'
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do programa Reconversa, realizada na última sexta-feira, mas que foi ao ar nesta segunda, Haddad disse que a Câmara está com "poder muito grande".
— O fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida.
Haddad reconheceu que há atritos entre o Executivo e a Câmara dos Deputados. Ele elogiou a articulação como as lideranças da Casa, mas diz que a negociação não está sendo ‘fácil’.
Rotativo do cartão de crédito
Sobre a proposta do governo para tentar diminuir os juros do rotativo do cartão de crédito, Haddad disse que havia um prazo de 90 dias para o amadurecimento da proposta.
- Nós estabelecemos um prazo de 90 dias para resolver o problema do rotativo. Temos que tomar muito cuidado para não afetar as vendas. O rotativo é um problema, temo que resolver esse problema. BC faz parte (da discussão) Nós herdamos uma taxa absurda do rotativo e vamos ter que resolver.