guerra na ucrânia

Bombardeios russos deixam três mortos na Ucrânia

Segundo o exército ucraniano, 16 mísseis foram derrubados pelas forças de Kiev

Telhado de um prédio residencial danificado após um ataque de míssil na cidade de Lviv - Genya Savilov / AFP

Ao menos três pessoas morreram em uma nova onda de bombardeios russos nesta terça terça-feira (15) contra oito regiões da Ucrânia, no momento em que Moscou acredita que os recursos do Exército de Kiev estão "quase esgotados".

O Exército ucraniano afirmou em um comunicado que durante a madrugada "os ocupantes russos atacaram com pelo menos 28 mísseis" e que 16 foram derrubados pelas forças de Kiev.

O primeiro-ministro Denys Shmigal informou que os bombardeios danificaram "construções em oito regiões" e lamentou os "feridos e mortos".

Os ataques atingiram, entre outras, as cidades de Lviv e Lutsk, na região oeste da Ucrânia, muito longe da frente de batalha.

Em Lutsk, a menos de 100 quilômetros da fronteira com a Polônia, um ataque atingiu uma indústria, informou Yuriy Poguliaiko, governador da região de Volinoa.

"Segundo as primeiras informações, infelizmente, três pessoas morreram e três ficaram feridas no ataque", afirmou o prefeito da cidade, Igor Polishchuk.

Outro ataque foi registrado em Lviv, a grande cidade do oeste da Ucrânia, que fica 150 km ao sudoeste de Lutsk. O bombardeio atingiu prédios residenciais, informou o prefeito Andriy Sadovyi.

"Não resta nenhum lugar seguro"
Um míssil caiu no pátio de um jardim de infância, o que provocou um grande buraco, constaram correspondentes da AFP.

A explosão quebrou as janelas da casa vizinha. A proprietária da residência, a aposentada Olga Bura, de 64 anos, lamentou: "Não resta nenhum lugar seguro na Ucrânia".

Após um ano e meio de guerra, a Rússia nega ser responsável pelas vítimas civis e insiste que seus bombardeios apontam apenas para alvos legítimos.

O governo russo afirmou nesta terça-feira acreditar que os recursos do Exército ucraniano estão "quase esgotados", apesar do apoio dos Estados Unidos e da União Europeia.

Kiev "não consegue resultados" em sua contraofensiva iniciada em junho, afirmou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu.

O ministro afirmou que a campanha militar na Ucrânia, iniciada em 25 fevereiro de 2022, se mostrou um "teste sério" para o Exército russo, mas que o país conseguiu aumentar "significativamente" sua produção de veículos blindados.

A Ucrânia reivindicou na segunda-feira pequenos avanços no sul e leste do país, nos arredores da cidade de Bakhmut.

As tropas de Kiev, no entanto, enfrentam mais dificuldades no norte, perto de Kupiansk. A vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, admitiu na segunda-feira que a situação impediu "concentrar as forças na ofensiva no setor de Bakhmut".

"As tropas ucranianas continuam impedindo a ofensiva russa na direção de Kupiansk e Lyman", disse o porta-voz do Exército, Andréi Kovalev.

Desvalorização do rublo
Na área econômica, a Rússia repete que resiste às sanções econômicas impostas pelos países ocidentais desde o início da invasão.

Mas nas últimas semanas, o rublo, a moeda local, registrou forte desvalorização, entre outros motivos pelas consequências das restrições às vendas de petróleo.

Na segunda-feira (14), a cotação da moeda caiu a 100 rublos por dólar, o menor valor desde março de 2022. Desde o início do ano, a divisa russa registra desvalorização de 30% em relação à moeda americana.

O Banco Central da Rússia decidiu nesta terça-feira (15), de maneira surpreendente, elevar a taxa de juros oficial de 8,5% a 12%, após um longo período de hesitação diante da queda da moeda e do aumento da inflação.

A medida pretende frear o aumento dos preços ao consumidor e a queda do poder aquisitivo dos russos.

Em caso de aceleração do índice de inflação, o BC russo não descarta um novo aumento da taxa de juros, de acordo com uma nota divulgada pelas agências de notícias do país.