Invasão do Sistema Judiciário

Hacker apresenta à PF conversas que mostram repasse de R$ 40 mil de assessores de Zambelli

Advogado afirma que investigado indicou pessoas que conversavam com ele no período

Hacker Walter Delgatti junto à Carla Zambelli - Reprodução/Twitter

A defesa do hacker Walter Delgatti informou que ele apresentou, em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (16), conversas que comprovariam o pagamento de cerca de R$ 40 mil para a invasão de sistemas do Poder Judiciário.

Segundo as investigações, os pagamentos teriam sido realizados por pessoas do entorno da deputada Carla Zambelli.

Delgatti veio a Brasília para prestar depoimentos aos investigadores que apuram a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, ele vai prestar depoimento à CPMI do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17).

 

 

De acordo com a defesa de Delgatti, o depoimento apenas complementou a oitiva de Delgatti no mês passado. Além disso, o hacker apresentou novas provas que comprovariam pagamentos por transferência bancária e em espécie.

— Ele apresentou uma conversa com uma das pessoas envolvidas e indicou outras pessoas que falavam com ele naquele período — disse o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira.

Moreira apresentou ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus pedindo que Delgatti fique em silêncio no depoimento desta quinta à CPMI. Entretanto, segundo o advogado, o pedido foi feito apenas para ter uma garantia caso o hacker queira ficar em silêncio.

No depoimento, os investigadores não questionaram Delgatti sobre encontros com outras autoridades, como uma reunião no Ministério da Defesa ou um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

— Eram esclarecimentos que os investigadores queriam saber baseado no depoimento dado em São Paulo no mês passado. Ele confirmou a versão dada e, além de confirmar, produziu mais provas no sentido de que ele está falando a verdade — afirmou o advogado após o depoimento.

O advogado desconversou, entretanto, sobre a possibilidade do seu cliente acertar um acordo de colaboração premiada com os órgãos investigativos. Segundo ele, não há nenhuma negociação em curso no momento.