CPI do 8 de Janeiro: Hacker disse ter ido ao Ministério da Defesa cinco vezes a pedido de Bolsonaro
Walter Delgatti presta depoimento no Congresso Nacional
O hacker Walter Delgatti afirmou ter ido ao Ministério da Defesa em 2022 em quatro ocasiões a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, após ter se encontrado com ele para tratar sobre as urnas eletrônicas. Ele está sendo ouvido nesta quinta-feira, 17, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
O hacker afirmou que esteve com o ex-presidente por uma hora e meia e que, nesta conversa, ficou combinado que agiria sobre as urnas eletrônicas, durante um café da manhã em 8 de agosto no Palácio da Alvorada. Em caso de ser pego, Bolsonaro teria assegurado que lhe concederia um indulto.
— Disse que eu estaria salvando o Brasil, contou que teve acesso ao inquérito da PF de 2018 e disse "na parte técnica não entendo nada, preciso que você vá ao Ministério da Defesa e fale com os técnicos"
Questionado pela relatora, afirmou ter estado no ministério em cinco ocasiões diferentes.
Após a derrota de Bolsonaro nas urnas, o argentino Fernando Cerimedo fez lives com inverdades sobre o sistema eleitoral. O compartilhamento desses conteúdos gerou bloqueios nas redes sociais de bolsonaristas. Em depoimento, Delgatti afirmou que o assessor do general Freire Gomes, à época, lhe enviava os vídeos e pedia para que ele autenticasse o conteúdo.
O general Marco Antônio Freire Gomes chegou a ser citado em plano de golpe descrito por Ailton Barros à Polícia Federal.