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Argentina e empresas de petróleo fecham acordo para congelar preço dos combustíveis até as eleições

Anúncio foi feito pelo ministro da Economia, Sérgio Massa, segundo o qual "os benefícios fiscais podem ser retirados" se o acordo for violado

Casa Rosada, sede do governo argentino - Fabio Nóbrega/Folha de Pernambuco

Após a desvalorização e um aumento antecipado de 12,5% na segunda-feira por várias empresas do setor, o governo e as empresas petrolíferas concordaram em manter os preços dos combustíveis inalterados até as eleições de outubro. Entretanto, a YPF, líder de mercado, que não havia aumentado seus preços, disse que vai aumentá-los na mesma percentagem ainda hoje.

O salto na taxa de câmbio oficial validado na segunda-feira pelo governo já havia começado a ser repassado aos preços dos combustíveis. Várias das empresas, que sempre esperam pela YPF, não o fizeram desta vez. Shell, Axion e Puma Energy aplicaram um reajuste de 12,5% no nafta e diesel.

O acordo foi fechado em reunião com o ministro da Economia, Sergio Massa, secretários e representantes de empresas do setor.

O ministério da Economia afirmou que "haverá benefícios fiscais que podem ser retirados se as empresas violarem o acordo" alcançado, e indicou que "um sistema de reclamações será ativado na Secretaria de Energia" no caso de possíveis aumentos.

"Hoje, entre produtores, refinarias, energia, alfândega e comércio, chegamos a um acordo que implica que o aumento de 12,5% em todos os postos será o último até 31 de outubro (...) Parte do impacto será suportado pelo consumidor, outra parte pelas empresas e uma parte pelo Estado, que abre mão de parte dos recursos que arrecada em impostos sobre combustíveis. Quero agradecer às empresas", disse o Ministro da Economia, Sergio Massa.
 

O setor de combustíveis da Argentina não é regulamentado. No entanto, os preços que incidem sobre as tarifas são baseados na YPF, que tem uma participação de 55% no mercado de nafta e diesel. Hoje, as empresas se anteciparam e decidiram não esperar pelas negociações com o governo.

No ano, os preços da gasolina e do diesel aumentaram e,m média, 63%, em linha com a inflação acumulada até julho. Entretanto, no mesmo período, a diferença de preço entre o valor local do barril de petróleo (aproximadamente US$ 63) e o preço internacional do Brent, que está em US$ 84, aumentou.