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Operação da PF contra cúpula da PM-DF: Vídeo mostrou recuo de major que comandava tropa na Esplanada

Flávio Silvestre de Alencar é considerado especialista em controle de distúrbios civis e já havia sido detido em fase da Operação Lesa Pátria

Atos antidemocráticos em Brasília - Marcelo Camargo / Agência Brasil

O major Flávio Silvestre de Alencar é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal contra a alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). A suspeita é de omissão dos oficiais que ocupavam cargos de chefia na corporação durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Alencar, que comandava as tropas policiais no dia da invasão dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, já havia sido preso durante a 5ª fase da operação Lesa Pátria, em fevereiro deste ano, e sido alvo também da 12ª etapa da investigação da PF.

Alencar era comandante em exercício do 6º Batalhão, que atua na Esplanada. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.

Um vídeo de câmeras de segurança na Esplanada dos Ministérios mostrou o major da PM entrando em uma viatura da corporação no dia 8 de janeiro no momento em que a barreira formada para conter os manifestantes recua.



Como mostrou a coluna de Bela Megale, no Globo, a PF encontrou mensagens em que Almeida afirma, em um grupo de WhatsApp com militares, que "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". O texto foi enviado por ele 20 de dezembro, poucas semanas antes dos ataques golpistas de 8 de janeiro à sede dos três poderes.

À PF, em depoimento anterior, ele relatou ter achado "muito estranho ter sido convocado" para comandar o efetivo naquele dia, já que, por ser major, "comumente comanda o efetivo em manifestações pequenas, por exemplo de estudantes". Segundo ele, geralmente quem atua em grandes manifestações tem a patente de tenente-coronel ou de coronel.

O major também afirmou, anteriormente, que "o número de policiais não era suficiente para conter os manifestantes" e que "se tivesse recebido qualquer informação a respeito da radicalidade dos manifestantes o efetivo de policiais teria que ser superior". Ele acrescentou que, dos 311 policiais que estavam sob seu comando, "cerca de 178 eram oriundos do curso de formação, ou seja, sem qualquer experiência de campo".