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PMs são denunciados por três crimes nos atos golpistas; saiba quais

Operação da Polícia Federal cumpre mandados de prisão e busca e apreensão contra oficiais da corporação

Coronel Jorge Eduardo Naime - Divulgação/PMDF

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (18), sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra oficiais da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).A operação foi montada a partir do recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, os PMs são acusados de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

De acordo com a PGR, o atual comandante-geral da PM-DF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, o ex-comandante coronel Fábio Augusto Vieira e outros cinco oficiais que comandavam a corporação durante os atos antidemocráticos, são acusados dos seguintes crimes:

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

Golpe de Estado;

Dano qualificado contra o patrimônio da União.

A operação foi montada a partir do recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, o procurador Carlos Frederico afirma que os policiais militares teriam começado a trocar mensagens com teor golpista e a difundir informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.

De acordo com a PGR, foi verificado que integrantes da PM acompanhavam as movimentações no acampamento golpista montado nos arredores do Quartel General do Exército, em Brasília, e teriam, inclusive, infiltrado agentes de inteligência entre os manifestantes.

Para o procurador, a cúpula da corporação tinha conhecimento acerca do tamanho e da gravidade dos atos antidemocráticos que estavam sendo planejados para 8 de janeiro. A denúncia aponta ainda que trocas de mensagens entre os militares contradizem os depoimentos prestados por eles e mostram que não houve falha no sistema de inteligência do Distrito Federal.

Em nota, a PGR informou que há "provas já identificadas e reunidas na investigação que apontam para a omissão dos envolvidos". A procuradoria afirmou que alguns alvos trocaram mensagens com teor golpista durante as eleições de 2022 e que havia "contaminação ideológica" da parte de alguns oficiais, “que se mostrou adepta a teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas”.

"Há ainda menção a provas de que os agentes - que ocupavam cargos de comando da corporação - receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes", diz o comunicado.