Milhares de manifestantes apoiam regime militar no Níger
Cartazes com mensagens hostis contra a França e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) foram vistos por jornalistas da AFP
Milhares de manifestantes se reuniram no centro da capital do Níger, na manhã deste domingo (20), para apoiar o regime militar, que tomou o poder do país africano em 26 de julho.
No sábado, o general Abdourahamane Tiani, novo homem forte após o golpe que depôs o presidente Mohamed Bazoum, garantiu em um pronunciamento na televisão que o período de transição no país não ultrapassaria três anos.
Assim como em todas as manifestações a favor do novo regime, canções foram ouvidas e cartazes com mensagens hostis contra a França e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) foram vistos por jornalistas da AFP.
"Não às sanções", "Abaixo a França!", "Parem a intervenção militar", eram frases lidas na praça da Concertación, na capital Niamey.
Músicos também homenagearam os militares no poder com canções.
A Cedeao, por sua vez, anunciou na sexta-feira que está pronta para lançar uma intervenção armada para restaurar a ordem constitucional no Níger - um importante aliado dos países ocidentais na luta contra os grupos jihadistas que operam no Sahel.
Desde 2020, o Mali, Burkina Faso e a Guiné são palcos de golpes de Estado na África Ocidental.
O Níger, que desde 30 de julho sofre duras sanções financeiras e comerciais da Cedeao, é o quarto país da região a passar pela mesma situação.
O general Tiani alertou no sábado que uma intervenção armada não será fácil, ao considerar a visita da delegação de países da África Ocidental a Niamey, na tentativa de encontrar uma solução diplomática.
"Se lançassem um ataque contra nós, não seria o caminho das flores que alguns parecem acreditar", enfatizou em um discurso televisionado.