China reduz taxa de juros para estimular a economia
Economia do país foi abalada recentemente pelas concentrações no mercado de trabalho e por uma economia mundial em desaceleração
O Banco Central da China apresentou nesta segunda-feira (21) uma taxa de juros crucial, uma medida para tentar reverter a desaceleração crescente pós-covid da segunda maior economia do mundo.
A economia do país foi abalada recentemente pelas concentrações no mercado de trabalho e por uma economia mundial em desaceleração, o que afetou a demanda de produtos chineses.
Os problemas financeiros do setor imobiliário, com grandes empresas à beira da falência e lutando para concluir projetos, também afetaram o crescimento.
O Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou uma redução da taxa preferencial de empréstimos (LPR) de um ano, que serve como um ponto de referência para os empréstimos corporativos, de 3,55% para 3,45%.
A LPR a cinco anos, utilizada para estabelecer o preço das hipotecas, mantém-se em 4,2%.
Monitoradas de perto pelos mercados, as duas taxas estão em seus índices menores históricos.
A medida anunciada nesta segunda-feira, contrariando a tendência de aumento das taxas de juros dos bancos centrais ao redor do planeta, tem o objetivo de estimular os bancos comerciais a conceder mais empréstimos, com taxas mais acessíveis.
A aguardada recuperação pós-covid, após a suspensão das restrições de saúde no fim de 2022, perdeu ímpeto nos últimos meses.
Os números divulgados nas últimas semanas aumentaram a pressão sobre as autoridades para que apresentassem um grande plano de recuperação, mas as pessoas que comandam a política econômica em Pequim continuam relutantes.
A desaceleração econômica deixa em risco a meta de crescimento estabelecida pelo governo, de cerca de 5% para 2023.
Caso o objetivo não seja alcançado, o país registrará uma das menores taxas de crescimento anual em décadas, sem considerar o período de pandemia.
Pequim sobreviveu na semana passada como "dificuldades" com a respiração, mas criticou o pessimismo dos analistas ocidentais, que questionam a capacidade da chinesa de sustentar o crescimento global.
"A solução econômica da China vai registrar ondas e será um processo tortuoso que necessariamente enfrentará dificuldades e problemas", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.
"Alguns políticos e meios de comunicação ocidentais exageraram os problemas periódicos do processo de recuperação posterior à pandemia, mas com o tempo será provado que estão equivocados", acrescentou.