BRASIL

Haddad: Brics tem grande contribuição a dar, sem 'antagonismo' a outros fóruns internacionais

O ministro acompanha o presidente Lula na reunião de líderes do Brics, na África do Sul

Fernando Haddad, ministro da Fazenda - Valter Campanato/Agência Brasil

No momento em que o Brics discute a ampliação do número de membros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, durante abertura de um encontro de empresários, em Joanesburgo, que o bloco não tem por objetivo ser antagonista de outros fóruns internacionais. Segundo o ministro, a ideia é contribuir, e não se opor aos demais parceiros mundiais.

— O Brics tem grande contribuição a dar. Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia podem, cada um a partir de sua perspectiva, oferecer ao mundo uma visão coerente com seus propósitos e que não signifique nenhum tipo de antagonismo a outros fóruns importantes dos quais nós mesmos participamos — afirmou.

Ele defendeu que África e América do Sul se tornem plataformas para diversificação das atividades industriais. Afirmou que, hoje, o mundo vive um retrocesso na globalização.

— O mundo vive um retrocesso do ponto de vista da globalização, mas isso pode ser uma oportunidade para uma grande diversificação, para a pulverização das plantas industriais, oferecendo a nossos povos salários e empregos mais dignos e qualificados.

Ele destacou que o governo brasileiro passou a investir em economia verde, com a produção de energia limpa. Disse que essa “reorientação da política ecológica brasileira” é importante para a reindustrialização do país.

O ministro lembrou que o governo brasileiro tem tomado medidas econômicas para melhorar a situação no país. Citou como exemplo a reforma tributária. Destacou que a proposta enviada pelo Executivo ao Congresso passou em um primeiro teste, a partir de um amplo acordo com governadores, com a Câmara e o Senado — onde o texto está em fase final de tramitação. Disse esperar a promulgação da reforma ainda este ano.
 

— O Brasil ansiava por uma racionalização do seu sistema tributário, que afastava investidores estrangeiros, diante da complexidade de um país federativo e de cada Estado com uma legislação própria e nem sempre coerente com os demais da Federação — disse.

Haddad disse que o momento é de defesa do que chamou de valores comuns entre os membros do Brics. Ele citou a liberdade, a soberania nacional, o mundo equilibrado e oportunidades, "sem distinção de raça, etnia, gênero, nacioalidade e religião".

O ministro faz parte da comitiva que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à África do Sul, para a reunião do Brics. Além dele, estão ao lado de Lula o chanceler Mauro Vieira e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.