Caso suspeito de gripe aviária fecha Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama no Rio
Unidade que abriga mais de 700 bichos ficará interditada por 14 dias
Única unidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) capacitada para reabilitar e devolver à natureza aves, mamíferos e répteis apreendidos ou resgatados, no Estado do Rio de Janeiro, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), localizado no município de Seropédica, na Baixada Fluminense, está fechado temporariamente para o recebimento e saída de animais.
Um caso suspeito de gripe aviária provocou a suspensão das atividades do Cetas por tempo indeterminado. A unidade onde estão abrigados atualmente 761 bichos, entre eles 431 pássaros, foi interditada nesta quinta-feira, por agentes da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seapa) .
Um ofício da direção do Cetas, endereçado a instituições como Polícia Rodoviária Federal, Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Polícia Militar, comunicou a interrupção temporária do serviço de recebimento de animais e a suspensão das atividades da unidade do Ibama.
Um urubu que chegou ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, no último dia 10, vindo de Japeri com um problema na asa, começou a apresentar sintomas da doença como andar em círculos, perda de equilíbrio e dificuldade respiratória, nesta quarta-feira. A ave que estava isolada no setor de triagem precisou ser eutanasiada. Nesta quinta-feira, agentes da Superintendência da Seapa, usando equipamentos especiais como roupas de proteção e máscaras, recolheram material biológico do pássaro. Uma análise será feita em laboratório para confirmar ou não se o animal foi contaminado pelo vírus da influência aviária. Os exames deverão ficar prontos em 14 dias. Durante este período o Cetas permanecerá fechado sem receber ou libertar animais.
Não é primeira vez que um caso suspeito de gripe aviária é detectado no Cetas. Em maio, outra ave (biguá) também apresentou sintomas semelhantes, mas um exame laboratorial descartou a hipótese da doença.
O Estado do Rio de Janeiro decretou emergência zoosanitária pelo prazo de 180 dias após identificação de 16 casos de gripe aviária em aves silvestres no território fluminense. A decisão foi publicada no Diário Oficial, na edição do último dia 17 de agosto. No entanto a população não deve se preocupar, pois não há registro da doença na avicultura comercial do estado.
Na ocasião, a Secretaria de Agricultura reforçou que a doença está controlada. A pasta acrescentou que a medida busca uma resposta mais rápida de novos focos da gripe e proteger as aves com fins comerciais do estado.
De acordo com o Mapa de Indicadores da Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves do Ministério da Agricultura, não há registro da doença na produção comercial. Até o momento, o Brasil já teve a confirmação de 80 focos da doença. Desse número, 78 em aves silvestres e dois em aves de subsistência.
A doença em aves silvestres, detectada pela primeira vez no dia 15 de maio, não é transmitida por meio do consumo de alimentos como carne e ovos. A principal medida de prevenção é o controle dos animais infectados.
Como mostrado pelo Globo, o contágio de humanos é raro, são menos de 900 registros segundo a Organização Mundial da Saúde em toda a História. Para a população, recomendação é evitar contato muito próximo com aves silvestres.