Velório

Rompidos, Cabral e Pezão não se falam em velório de Francisco Dornelles

No primeiro encontro após as prisões, ex-governadores do Rio se cruzam durante cerimônia de presidente de honra do PP, mas viram as costas

O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral reencontrou pela primeira vez desde que deixou a prisão ex-aliados e desafetos da vida política — entre eles seu ex-vice, Luiz Fernando Pezão. O encontro aconteceu durante o velório do ex-governador Francisco Dornelles, na manhã desta sexta-feira, no Rio de Janeiro.

Luiz Fernando Pezão já estava no velório quando Cabral apareceu. Último preso da Lava-Jato a ser solto, em dezembro de 2022, Cabral chegou cedo à cerimônia, antes de meio-dia, acompanhado do filho, o ex-deputado federal Marco Antônio Cabral, e permaneceu por cerca de uma hora no auditório da FGV.

Questionado sobre o motivo do distanciamento com o antigo parceiro, Cabral desconversou:

— Esquece isso — falou

Já Pezão afirmou que os dois não podem ser falar por conta dos processos que respondiam juntos. Pezão foi acusado de integrar um esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral , mas em abril o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) o absolveu das acusações. Sergio Cabral ficou seis anos após ser condenado em 24 condenações, a maior parte por corrupção.

Último preso da Lava-Jato a ser solto, em dezembro de 2022, Cabral chegou cedo à cerimônia, antes de meio-dia, acompanhado do filho, o ex-deputado federal Marco Antônio Cabral, e permaneceu por cerca de uma hora no auditório da FGV.

Cabral não falou, propositalmente, com Pezão, seu aliado de longa data e atual desafeto. De blazer e camisa azul, cumprimentou os políticos presentes, como o deputado federal Júlio Lopes (PP), ex-secretário de transportes do seu governo. Cabral deu ainda um longo abraço em Wladimir Garotinho, filho do ex-governador Anthony Garotinho e prefeito de Campos dos Goytacazes e um dos seus principais adversários políticos.

Cabral, que tinha uma relação próxima com Dornelles, que foi seu “consultor informal” durante o período que permaneceu no Palácio Guanabara. O político fez questão de demonstrar sua admiração através de uma coroa de flores, onde chamou o presidente de honra do PP de "mestre".

“Ao mestre Dornelles, com carinho”, diz o texto da homenagem.