México

Fim das pré-campanhas presidenciais no México: 'Chegou a vez das mulheres'

Claudia Sheinbaum, 61 anos, é favorita junto com o ex-chanceler Marcelo Ebrard na corrida pela indicação presidencial do Movimento de Regeneração Nacional

Ex-chefe de governo da Cidade do México e pré-candidata presidencial pelo partido Morena, Claudia Sheinbaum acena durante comício no Monumento a la Revolucion, na Cidade do México - Alfredo Estrella/AFP

A reta final das pré-campanhas presidenciais no México começa neste domingo (27) para a oposição e na segunda-feira para o partido no poder, com um resultado que parece previsível: as eleitas serão mulheres.

“É uma transformação e chegou a vez das mulheres”, proclamou no sábado a ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, diante de milhares de apoiadores reunidos no Monumento à Revolução, no penúltimo ato de sua campanha interna lançada em meados de junho .

Sheinbaum, de 61 anos, é favorita junto com o ex-chanceler Marcelo Ebrard na corrida pela indicação presidencial do Movimento de Regeneração Nacional (Morena, esquerda nacionalista), que está no poder desde 2018.

A partir de segunda-feira, uma pesquisa nacional definirá entre os dois rivais – e outros quatro candidatos menores – o candidato à sucessão do presidente Andrés Manuel López Obrador, muito popular, mas impedido de ser reeleito pela lei mexicana. Morena anunciará os resultados no dia 6 de setembro.

Sheinbaum fez um apelo à "unidade" após acusações de Ebrard de ter financiado a sua pré-campanha com palavra pública.

"Todo mundo fala em unidade. Nada mais do que cumprir o que foi acordado", declarou, com ironia, o ex-chanceler na sexta-feira.

“Vamos vencê-los, não se preocupem”, acrescentou Ebrard mais tarde aos jornalistas. Rumores insistentes sugerem que ele poderia deixar o Morena e se juntar à oposição caso não venda a pesquisa que começa na segunda-feira.

Sheinbaum encerra sua campanha neste domingo em Veracruz (leste), enquanto Ebrard se reunirá com seus apoiadores na capital mexicana.

Ambos pretendem capitalizar a herança política de López Obrador, com quase 60% de aprovação após quase cinco anos de mandato. Com apenas nove anos de existência, o seu partido é maioria em ambas as câmaras do Parlamento e governa 23 dos 32 estados mexicanos.

"É uma honra estar com Obrador", disse Sheinbaum para a multidão no sábado, reproduzindo frases do presidente, como "para o bem de todos, os pobres primeiro" e "nossa economia está forte, nossas finanças estão saudáveis".

O despertar da oposição
Do lado da oposição, a senadora de direita Xóchitl Gálvez é a favorita na pesquisa em que enfrentará, a partir deste domingo, outra mulher, Beatriz Paredes, do partido PRI, outrara hegemônica.

De ascendência indígena otomí e de origem popular, Gálvez recebeu o apoio de um pilar do partido direitista PAN, Santiago Creel, também pré-candidato que se inclinou a seu favor.

Símbolo do despertar de uma oposição enfraquecida e dividida, Gálvez tornou-se alvo dos ataques de López Obrador desde o lançamento da sua candidatura, em junho.

A pesquisa de oposição será realizada de domingo a quarta-feira, antes da consulta aos cidadãos no dia 3 de setembro. Nesse mesmo dia serão divulgados os resultados.