Com Náutico e Santa Cruz sem calendário, sinal de alerta para o futebol pernambucano é aceso
Alvirrubros e tricolores não conseguiram chegar na disputa final pelo acesso nas Séries D e C, respectivamente
Após os fracassos de Náutico e Santa Cruz, nas Séries C e D, respectivamente, além da eliminação do Retrô nas oitavas da quarta divisão, o sinal de alerta para o momento do futebol pernambucano perante o restante do Brasil está mais aceso do que nunca.
Se antes o futebol do estado encantava, com estes clubes lutando pelas primeiras posições dos campeonatos de elite do país, além de figurarem entre os campeões dos torneios regionais, hoje em dia a realidade é muito diferente: desde o dia 27 de agosto, apenas o Sport possui um calendário de partidas até o fim do ano.
Ano para esquecer - ou não - do Santa Cruz
O Santa Cruz iniciou o ano sob o comando de Ranielle Ribeiro e com uma missão bem definida: a classificação nas fases preliminares da Copa do Nordeste. A equipe, que não jogava desde agosto de 2022, enfrentou Caucaia e Botafogo-PB, e saiu triunfante de ambos duelos com uma vaga garantida no torneio.
Apesar das conquistas iniciais, no entanto, o nível de futebol apenas caiu. Por mais que tenha conseguido uma boa sequência invicta no início do trabalho de Ranielle, a desconfiança com relação ao desempenho da equipe crescia, até culminar na derrota por 4 a 0 para o Fortaleza na reta final da primeira fase da Copa do Nordeste, e na demissão do treinador.
Com sua saída, Felipe Conceição foi eleito pela diretoria como o técnico que salvaria o Santa Cruz do vexame de uma eliminação não só no Nordestão, como também no Pernambucano. Para desespero da torcida Coral, no entanto, os resultados não vieram, e o Tricolor não só foi desclassificado de ambas competições, como também foi privado de uma vaga na quarta divisão de 2024 por sua campanha pobre no estadual.
Assim, mais do que nunca, o acesso na Série D era uma responsabilidade, uma questão de "vida ou morte" quase literal. Após início oscilante no torneio, no entanto, a equipe de Felipe Conceição até chegou a figurar entre as primeiras posições do seu grupo, mas falhou nos momentos mais importantes. A pior derrota do ano seria para o Iguatu, por 1 a 0, que marcou o último jogo do Tricolor no ano e sacramentou mais uma eliminação precoce da competição.
Náutico sem tri e sem acesso
Rebaixado da Série B com uma campanha melâncólica em 2022, o Náutico começou o ano com o objetivo claro de voltar à Segundona. Além disso, o Timbu tinha o sonho de conquistar o tricampeonato estadual.
No entanto, nenhuma das metas foram atingidas. Apesar de uma campanha razoável na Copa do Brasil, com uma eliminação na terceira fase para o Cruzeiro, o Náutico fracassou nas outras frentes.
O início da temporada foi sob o comando do treinador Dado Cavalcanti, remanescente da Série B. Com ele, o Náutico foi eliminado nas quartas de final do Pernambucano para o Salgueiro numa disputa de 34 pênaltis. A consequência dessa derrota é que o Timbu não disputará a Copa do Brasil de 2024.
Na Série C, o Náutico foi comandado por três treinadores em 19 partidas: Dado Cavalcanti, Fernando Marchiori e Bruno Pivetti nas duas últimas rodadas. O Alvirrubro se manteve dentro do G8 durante boa parte da competição, porém os seis jogos sem vencer na reta final tiraram a classificação ao quadrangular do acesso.
A 10° posição entre os 20 clubes da terceira divisão representa o pior desempenho do Náutico em Campeonatos Brasileiros. Nas outras vezes que disputou a Série C, o Náutico sempre chegou na disputa pelo acesso.
Retrô ficou no quase
O jovem Retrô iniciou mais uma temporada como um forte candidato na quarta divisão. Outro objetivo era o título estadual após o vice para o Náutico em 2022.
Mais uma vez a Fênix chegou na final do Pernambucano, mas, dessa vez, a Fênix foi derrotada pelo Sport.
Apesar do início arrasador, com direito à classificação para o mata-mata da Série D, o Retrô caiu para o Maranhão, já nas oitavas, nos pênaltis. A eliminação decretou o adiamento do sonho da Fênix, além de ter sacramentado o ano de 2023 como o pior da história do Santa Cruz, que deve ter um calendário de jogos entre janeiro e abril do próximo ano e, após isso, ficará novamente sem jogar.