Iraque executa três pessoas por ataque do EI em Bagdá em 2016
O ataque ocorreu em julho de 2016, deixando 323 vítimas
Três pessoas condenadas à morte no Iraque foram enforcadas por sua participação em um ataque que matou 323 pessoas em Bagdá em julho de 2016 e que foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), anunciou o gabinete do primeiro-ministro nesta segunda-feira (28).
O primeiro-ministro, Mohammed Shia al-Sudani, recebeu hoje os familiares das vítimas e anunciou a "execução de penas de morte" contra "três dos principais criminosos condenados por sua participação" no ataque, segundo um comunicado de seu gabinete.
Os enforcamentos ocorreram na noite de domingo e na manhã desta segunda-feira, informou a mesma fonte, que não revelou a identidade das pessoas executadas ou a data de sua condenação.
O ataque, de julho de 2016, é conhecido como "tragédia de Karrada", nome do bairro onde foi cometido, com um micro-ônibus carregado de explosivos.
Em outubro de 2021, as autoridades iraquianas anunciaram a prisão "fora do país" do "terrorista Ghazwan Alzawbaee", apresentado no momento como o responsável pelo ataque.
Alzawbaee estava na lista das três pessoas executadas, disse uma fonte do governo à AFP nesta segunda-feira.
Após a sua ascensão relâmpago em 2014 e a conquista de vastos territórios no Iraque e na vizinha Síria, o grupo EI viu o seu autoproclamado "califado" desmoronar sob sucessivas ofensivas nestes dois países.
Embora as autoridades iraquianas tenham proclamado "vitória" contra o EI em 2017, várias células jihadistas continuaram realizando ataques esporádicos contra o exército e a polícia, especialmente nas zonas rurais do país.
Nos últimos anos, os tribunais iraquianos proferiram centenas de penas de morte e de prisão perpétua.
O código penal prevê este tipo de punição para pessoas que tenham ingressado em um "grupo terrorista", independentemente de o acusado ter ou não lutado em suas fileiras.
Em 2022, o Iraque foi o sexto país do mundo que cometeu mais execuções (11), segundo um relatório publicado pela Anistia Internacional. Em 2020, as autoridades executaram mais de 45 pessoas, segundo a ONG.