TRABALHO

Biden e Lula vão propor novas proteções para trabalhadores em encontro na ONU

Ambiente de trabalho e remuneração estão entre aspectos que deverão ser abordados pelos dois presidentes, antecipou o ministro de Trabalho do Brasil

Lula e Biden planejam fazer um apelo por melhores condições de trabalho nos Estados Unidos e no Brasil - Jonathan Ernst/AFP

Os presidentes Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva planejam fazer um apelo por melhores condições de trabalho nos Estados Unidos e no Brasil durante um evento conjunto em Nova York, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas no próximo mês.

A informação foi divulgada pelo ministro brasileiro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista à Bloomberg News nesta segunda-feira (28).

Marinho revelou que os líderes irão apresentar uma espécie de manifesto destacando a necessidade de aprimorar as relações trabalhistas, abordando aspectos como ambientes de trabalho e remuneração.

O encontro está agendado para o dia 19 de setembro, logo após ambos os presidentes discursarem na Assembleia Geral da ONU, conforme fontes do governo brasileiro que pediram anonimato para discutir os planos.

Embora Biden e Lula tenham posições divergentes em questões como a guerra da Ucrânia e nas relações com a China, as autoridades brasileiras têm retratado os líderes como alinhados em seu apoio aos sindicatos em seus países.
 

Biden se autodenomina o presidente mais pró-sindicato na história dos Estados Unidos e tem adotado medidas para fortalecer os sindicatos, peça-chave de sua coalizão eleitoral na eleição de 2024.

Os presidentes conversaram pela última vez por telefone em 16 de agosto, quando discutiram objetivos comuns relacionados ao clima e outras questões. Biden recebeu Lula na Casa Branca em fevereiro.

O encontro acontece em um momento em que o Brasil trabalha com aliados para ampliar a influência do grupo Brics. Na semana passada, líderes do Brasil, Rússia, China e África do Sul concordaram em expandir o grupo, convidando Arábia Saudita, Irã, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

A iniciativa visa ampliar o impacto global desse conjunto de nações emergentes, reunindo os maiores produtores de energia do mundo com os principais consumidores do mundo em desenvolvimento.

Durante a cúpula, o governo brasileiro também propôs um plano à Argentina que usaria o yuan para garantir pagamentos de exportações, contornando a escassez de recursos e mantendo o fluxo de comércio.