NEGÓCIOS

Minerva compra unidades da Marfrig em quatro países da América Latina por R$ 7,5 bilhões

Com a compra, a maior exportadora de carne bovina da América do Sul aumentará sua capacidade de abate de gado em 44%

Planta de um frigorífico da Marfrig em Promissão - (SP) - REUTERS/Paulo Whitaker

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, está comprando alguns ativos da rival Marfrig em quatro países da América Latina por R$ 7,5 bilhões (US$ 1,5 bilhão), conforme antecipou a Coluna Capital.

A compra, que inclui 16 unidades de abate em Brasil, Uruguai, Chile e Argentina, além de um centro de distribuição em Itupeva (SP), aumentará a capacidade de abate de gado da empresa em 44%, informou a Minerva em comunicado.

Foi feito um pagamento inicial de R$ 1,5 bilhão e o JPMorgan se comprometeu a fornecer financiamento para o restante da transação, acrescentou a empresa.

O acordo surge num momento em que a Minerva está superando seus rivais com porrfólio mais diversificado, incluindo a Marfrig e a JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que foram atingidas por uma série de reveses, incluindo os altos preços da ração animal e um excesso de carne de frango e de porco no mercado.

A Minerva também se beneficiou da crescente oferta de gado na América do Sul, num momento em que os Estados Unidos enfrentam os estoques mais reduzidos em quase uma década.

A Minerva disse que seus dois principais acionistas – a holding familiar VDQ Holdings e a Saudi Agricultural and Livestock Investment – já se comprometeram a aprovar o acordo.

A aquisição “complementa de forma única as operações existentes do grupo na América do Sul, maximizando oportunidades comerciais e sinergias operacionais”, afirmou a empresa.

A Marfrig, controlada por seu fundador Marcos Molina, está buscando otimizar suas operações, com produtos de maior valor agregado, após adquirir uma participação majoritária na gigante de frangos e alimentos processados BRF (Sadia e Perdigão), há dois anos.

A transação com a Minerva está alinhada à sua estratégia de “foco na produção de carne bovina de marca e produtos de maior valor agregado”, disse a Marfrig em comunicado separado.

O acordo reduzirá o número de unidades de abate de gado da Marfrig na América do Sul de 17 para quatro, com as receitas na região previstas para cair 43%, para R$ 15,8 bilhões, de acordo com uma apresentação da empresa.

Entretanto, a empresa espera ver margens mais elevadas, uma vez que uma maior parte das suas vendas agora estará vinculada a produtos de maior volume agregado. A Marfrig manterá sua unidade produtora de carne bovina nos EUA, a National Beef.