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CPI do MST: dividida entre governistas e oposição, votação em comissão tem empate

Governo e oposição tentam influenciar na escolha de deputados do Centrão para controlar rumos da CPI

CPI MST - Vinicius Loures/ Câmara dos Deputados

Uma votação da CPI do MST acabou empatada com 13 votos contrários e 13 favoráveis. O resultado reflete uma queda de braço entre governistas e deputados de oposição pelo controle dos rumos do colegiado. O presidente da comissão, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), considerou que o requerimento de retirada de pauta não foi aprovado, pois empate não é considerado maioria.

O requerimento votado era de interesse da base do governo e pedia a retirada de pauta de um pedido de convocação de Jaime Messias Silva, diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral). A base considera que, por estar perto do prazo final da CPI, que está prevista para acabar em meados de setembro, não faria sentido aprovar mais convocações e o colegiado deveria focar na elaboração do relatório.

A CPI do MST começou com maioria oposicionista, mas uma manobra feita pelo governo junto com partidos do Centrão deu fôlego para o Poder Executivo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negocia com PP e Republicanos nomeações em ministérios.

Com a demora na definição da reforma ministerial, a oposição tem a expectativa de retomar o controle da CPI para aprovar um relatório duro contra o MST. Os parlamentares contrários ao governo dizem ter um acordo com os líderes do União Brasil, Republicanos e PP para retomar a influência na CPI.

No caso do União Brasil, a expectativa é que a legenda mantenha deputados governistas como titulares, mas chame os suplentes, de perfis mais próximos ao bolsonarismo, para votar o relatório do deputado Ricardo Salles (PL-SP).

O Republicanos ainda não chamou de volta os deputados bolsonaristas Messias Donato (ES) e Diego Garcia (PR) que foram retirados da comissão. O PP também ainda não retomou a vaga da oposicionista Clarissa Tércio (PE). No entanto, a cúpula da CPI tem a expectativa de que isso aconteça. Já o Patriota trouxe de volta a deputada bolsonarista Magda Mofatto (PL-GO), que voltou a usar a vaga do partido.