CPI

123milhas: sócios faltam à CPI na Câmara, condução coercitiva pode ser pedida

Depoimento será remarcado para amanhã pelo presidente do colegiado

Crise na 123milhas - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os sócios da 123milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, faltaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados.

De acordo com o relator da CPI, Ricardo Silva (PSD-SP), eles alegaram problemas de agenda. Um novo depoimento será marcado para esta quarta-feira.

— Se não comparecerem, vamos pedir a condução coercitiva — afirmou o relator da CPI.

A 123 Milhas entrou, na tarde desta terça-feira, com pedido de recuperação judicial em tutela de urgência por meio da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim. O pedido é que todos os processos de cobrança movidos contra a empresa sejam suspensos de forma imediata, por um período inicial de 180 dias.

Há cerca de duas semanas, a compania anunciou que não emitiria passagens já compradas de uma linha promocional com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.

O cancelamento atinge passagens vendidas nos pacotes Promo, com preços muito abaixo dos praticados no mercado e datas flexíveis de embarque. O modelo é o mesmo que costumava ser oferecido pela Hurb, que deixou milhares de passageiros na mão e foi proibida pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) de vender pacotes flexíveis.

O relator da CPI, Ricardo Silva (PSD-SP) afirma que o esquema da 123milhas se assemelha muito a uma pirâmide que ruiu. Quando se oferece um produto, em uma condição muito boa de negócio, e as pessoas vão entrando. Esse sistema, então, vem a ruína no momento em que os sócios enriquecem. Eles esperaram o momento de maior aquisição de clientes.

A CPI também pediu a as quebras de sigilo bancário e fiscal da empresa.