Tempestade tropical Idalia provoca inundações e apagões em Cuba
Na capital, de 2,1 milhões de habitantes, 90 mil pessoas estão sem eletricidade
As fortes chuvas desencadeadas pelo furacão Idalia em sua passagem pelo oeste de Cuba provocaram inundações em diversas localidades da região e deixaram mais de 200 mil pessoas sem eletricidade, informaram as autoridades cubanas nesta terça-feira (29), sem que tenham sido registradas mortes.
Idália, que atravessou o extremo oeste da ilha ainda como tempestade tropical na noite de segunda-feira, entrou pelo Cabo de San Antonio e suas chuvas intensas acompanharam em algumas comunidades do país.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), uma tempestade se transformou em um furacão de categoria 1 durante a madrugada. Nesta terça-feira, estava localizado a centenas de quilômetros do sudoeste da Flórida.
"Agora, temos que trabalhar com urgência: eletricidade, comunicações, agricultura (...) [estamos] colhendo para distribuir o máximo possível" de alimentos, disse o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em uma reunião de cooperação sobre os trabalhos de recuperação.
As chuvas que persistem nesta terça afetaram principalmente as províncias de Pinar del Río, Artemisa, Mayabeque e Havana.
Na capital, de 2,1 milhões de habitantes, 90 mil pessoas estão sem eletricidade, enquanto na vizinha Artemisa, são 117.434 sem energia elétrica, afirmou um funcionário da União Eléctrica à televisão estatal.
De acordo com as fontes oficiais, os afetados pela falta de luz chegam a mais de 60% dos moradores de Pinar del Río.
A região de produção de tabaco em Pinar del Río foi uma das áreas mais afetadas. Esta localidade ainda não se recuperou dos efeitos do furacão Ian, que atingiu o oeste de Cuba em setembro passado, deixando dois mortos na ilha e 150 na Flórida, nos Estados Unidos.
Com rajadas de ventos que ultrapassaram os 110 quilômetros por hora, as chuvas também prejudicaram a produção em Vueltabajo, região conhecida por ter o melhor tabaco de Cuba, e danificaram 60.000 casas que já foram atingidas pelo furacão Ian, um número que pode aumentar.
“Embora os dados oficiais ainda não tenham sido quantificados, à primeira vista se sabe que ocorreram novos danos ao parque habitacional do território e perdas na agricultura”, noticiou o Granma, o jornal do Partido Comunista de Cuba.
Em Artemisa e Mayabeque, os moradores resgataram alguns objetos de suas casas, onde a água chegou até os joelhos. Pelo menos 8 milhões de pessoas deixaram suas residências para se refugiarem em abrigos do governo ou em casas de familiares e amigos.
O estado da Flórida tentou a evacuação dos moradores de sua costa oeste em vista da chegada "extremamente perigosa" do furacão ao continente americano, na quarta-feira (30).