Gripe aviária causa alta mortandade de leões-marinhos na Argentina
Em Mar del Plata, 400 km ao sul da capital, foram registradas 25 mortes de leões-marinhos no maior centro turístico marítimo
Uma epidemia de gripe aviária na extensa costa atlântica da Argentina matou uma centena de leões-marinhos, informaram fontes oficiais nesta terça-feira (29).
"Foram contabilizados mais de 50 exemplares mortos ao longo da costa e outros com sintomatologia compatível com a influenza aviária", declarou, em nota, a secretária de Ambiente da província de Rio Negro (Patagônia, sul).
Outras dezenas de leões-marinhos foram encontrados na costa de Necochea, ao sul de Buenos Aires, e em Santa Cruz, quase no extremo sul do continente, segundo o Serviço Nacional de Saúde Animal (Senasa).
"O número de mortes está em ascensão. Não há tratamento veterinário nestes casos", disse à AFP uma fonte autorizada da província de Rio Negro.
A mortandade se deve a "novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)", informou o Senasa. As autoridades pedem que a população evite se aproximar das praias onde casos foram registrados ou entrar em contato com qualquer coisa que possa estar contaminada.
Em Mar del Plata, 400 km ao sul da capital, foram registradas 25 mortes de leões-marinhos no maior centro turístico marítimo de verão e importante centro portuário vinculado à pesca em alto-mar.
O leão-marinho é um símbolo de Mar del Plata e é tradicional visitar o porto para vê-lo nas docas.
A costa marítima argentina se estende por quase 5.000 km, entre a foz do Rio da Prata e a Terra do Fogo (extremo sul).
Especialistas da Secretaria do Ambiente e da Senasa estão coletando amostras de exemplares do leão-marinho-da-patagônia (Otaria flavescens) e de aves mortas. Os primeiros relatórios reportam que as aves contagiaram a fauna marinha.
O mamífero é conhecido como leão-marinho pela pelagem que circunda seu pescoço. Ele faz parte da família dos pinípedes, à qual também pertencem os elefantes-marinhos, as focas e as morsas.
Os machos adultos pesam aproximadamente 300 quilos.
Por estar em risco de extinção, vivem em colônias e reservas protegidas. Destas, a maior é a de Punta Bermeja, com cerca de 5.000 exemplares, perto de Viedma, em Rio Negro.
"A gripe aviária é uma doença potencialmente zoonótica, o que significa que pode ser transmitida dos animais aos humanos", informou a Secretaria de Rio Negro.
Segundo o comunicado, evitar levar animais de estimação às praias é uma das recomendações sanitárias.