The Town terá palco com IA, colete sensorial e cão robô; confira as inovações do festival
Palco dedicado à música eletrônica será apresentado por avatares de inteligência artificial
Mesmo com todo o avanço das inteligências artificiais que geram conteúdo, a criatividade é um atributo humano que não será substituído pelas máquinas. Essa é uma das mensagens que serão transmitidas por avatares criados por IA em um dos palcos do The Town, que começa neste sábado, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A experiência foi criada para o New Dance Order, palco do festival dedicado à música eletrônica. Cem avatares gerados por inteligência artificial - com rostos, roupas, vozes e personalidades próprias - serão projetados em telões de LED de 350 metros quadrados. Os personagens, que vão se comunicar com o público com mensagens otimistas sobre o futuro, também irão anunciar as trinta atrações que vão tocar no espaço.
Essa é uma das tecnologias que as 500 mil pessoas que irão ao The Town vão notar durante os cinco dias de festival. O evento, irmão mais novo do Rock In Rio, que chega à capital paulista no dia 2 de setembro, também vai contar com cães robôs para a segurança; coletes sensoriais para que deficientes auditivos sintam a vibração dos shows; e figurinos conectados por chips ao movimento de luzes, entre outras novidades.
— A ideia é que a tecnologia nos ajude a construir as experiências, seja na segurança, no palco ou nas luzes — diz o CEO do The Town, Luis Justo. — No New Dance Order, a ideia é, nesse ambiente onde tem a música eletrônica, possamos trazer uma experiência que é fruto da parceria do humano e da inteligência artificial.
Palco com avatares de IA
Espaço "importado" do Rock in Rio, o New Dance Order do The Town foi concebido durante três meses por uma equipe multidisciplinar de designers, arquitetos, engenheiros e ilustradores, que trabalhou para criar os avatares de IA e toda a narrativa do espaço, inspirada em um futuro distópico. A mensagem das personagens virtuais, no entanto, não é de um mundo em que máquinas substituíram os humanos, explica Luis Justo.
— Nós vamos passar algumas mensagens sobre um mundo que precisa ser cada vez mais humano. Os avatares vão lembrar que a força do convívio social e da criatividade humana são insubstituíveis. — diz o CEO do The Town
Os avatares também funcionarão para transmitir informações sobre o evento aos frequentadores da pista, além de apresentarem as atrações que irão se apresentar no espaço. Além de IA para criar os personagens virtuais, a organização do festival usou a tecnologia para produzir dez faixas que serão reproduzidas durante os intervalos de cada apresentação no New Dance Order.
Figurino conectado com luzes por chips
Além da IA no palco eletrônico, a inteligência artificial será usada também como tecnologia acoplada aos figurinos dos atores que fazem parte do musical do The Town, atração que será apresentada em um domo de 50 metros durante o festival. Na roupa de nove dos trinta bailarinos do espetáculos serão implantados chips que rastreiam movimento e estão conectados ao equipamentos de iluminação.
O sistema de rastreamento de movimento, conectado com as luzes, é fruto de uma parceria com a Zactrack. Com ele, os artistas principais do espetáculo são "seguidos" pelas luzes, que são programadas para acompanhá-los no palco.
— Esse é um exemplo de aplicação da inteligência artificial embarcada para a experiência de iluminação — diz CEO do The Town, Luis Justo. — A luz é coordenada com os artistas e acompanha o movimento deles.
Coletes que transmite vibração do show
Como uma das medidas de acessibilidade no festival, o The Town vai oferecer a deficientes auditivos uma experiência sensorial. No espaço chamado de "Sinta o Som", o evento irá oferecer ao público coletes com sensores conectados à mesa de som. A vestimenta vai transmitir a vibração das músicas.
A mesma experiência já tinha sido oferecida no Rock in Rio do ano passado. Para poder acessar o espaço, o público precisa sinalizar pelo aplicativo do The Town o interesse em usar os coletes.
— É um colete vibratório integrado com a mesa de som e com o que está tocando no palco. A pessoa consegue ter no corpo, literalmente, a sensação da música tocando — explica Justo.
Patrulha com cães robôs e drones
Além de ter dois mil vigilantes humanos, a segurança do The Town contará com reforços no chão, com cães robôs, e pelo ar, com drones. A operação é feita pela SegurPro, mesma empresa que realiza a segurança do Rock In Rio e que, no ano passado, levou os cães para o festival carioca.
Ao todo, 25 cães robôs irão trabalhar no monitoramento do festival. O equipamento, fabricado pela empresa americana Boston Dynamics, usa rede 5G para coletar dados do ambiente, como temperatura anormal (para identificar possíveis focos de incêndios) e risco de eventos suspeitos. As informações são transmitidas em tempo real para o Centro de Controle Operacional durante o festival.
A empresa também terá quatro drones que farão o patrulhamento aéreo. Os equipamentos, que são cabeados para garantir a autonomia de energia, possuem câmeras com zoom óptico e cobertura de imagens em 360º.