EUA

Procuradora de NY acusa Trump de inflar fortuna e cobra R$ 1,2 bilhão em indenização por fraude

Gabinete de Letitia James diz que ex-presidente exagerou ativos entre 17% e 39% para obter vantagens em empréstimos e impostos

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em discurso em Washington - Mandel Ngan/AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca a reeleição em 2024, foi acusado por um tribunal de Nova York de aumentar o valor dos seus bens em "bilhões de dólares" todos os anos entre 2011 e 2021. A alegação foi feita no bojo de uma reclamação civil por fraude em 2022.

A procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, apresentou centenas de documentos ao Supremo Tribunal local para subsidiar a ação civil, que abriu em setembro de 2022. Ela pediu que a Justiça cobre US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) em indenizações a serem pagas por Trump, seus filhos e a organização que leva o sobrenome da família, por fraude fiscal e financeira.

Nomeada para o cargo pelo Partido Democrata, Letitia James acusa o magnata republicano e os seus filhos de manipularem “deliberadamente” (para cima e para baixo) o valor dos ativos do grupo — incluindo clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades — para obter melhores empréstimos bancários ou benefícios fiscais.

Um julgamento civil será realizado em Nova York a partir de 2 de outubro, após uma audiência preliminar na Suprema Corte do estado em 22 de setembro.

Nos documentos divulgados pelo gabinete de James, a acusação acredita que Trump exagerou a sua situação financeira todos os anos entre 2011 e 2021, mesmo quando ocupou a Casa Branca, de 2017 a 2021. O exagero teria oscilado "entre 17% e 39%" ou entre US$ 812 milhões (R$ 3,9 bilhões) e US$ 2,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões).

"Desde pelo menos 2011, os réus e outros que trabalham para eles na Organização Trump inflacionaram falsamente o valor dos seus ativos registrados no balanço financeiro anual de Donald J. Trump em bilhões de dólares", afirmam os procuradores de York, do gabinete de James. "Diante destas provas irrefutáveis, o tribunal não precisa de um julgamento para concluir que os réus inflacionaram significativamente o valor dos seus bens".

Em janeiro passado, a Organização Trump já tinha sido condenada criminalmente em Nova York a uma multa máxima de US$ 1,6 milhão (R$ 7,7 milhões) por fraude financeira e fiscal.

O novo julgamento civil repercutir muito mais na mídia internacional, pois antecede outros julgamentos de 2024 a que Donald Trump será submetido.

No caso da denúncia de James, Trump a descreveu como um caso "ridículo" liderado por uma procuradora afro-americana "racista".