Entenda por que derrota do Brasil no vôlei quebrou uma das maiores hegemonias da história do esporte
Em 34 das 35 edições em que a seleção brasileira participou do torneio, na quarta-feira foi a única vez em que não terminou com a medalha de ouro
A derrota do Brasil por 3 a 0 para a Argentina, na última partida do Sul-Americano de Vôlei na noite da quarta-feira, chocou os presentes no ginásio Geraldão, em Recife, e fãs da modalidade do mundo inteiro. O mau resultado, cerca de um dois após a derrota na disputa da medalha de bronze em Tóquio-2020, também para os hermanos, colocou fim a uma das maiores hegemonias do esporte, quebrando uma sequência de títulos de mais de 50 anos.
Inaugurado em 1951, o Sul-Americano de vôlei foi disputado em periodicidade diferente até 1967, quando o torneio passou a ser realizado a cada dois anos. Desde o início, no entanto, uma coisa não havia mudado até a noite de quarta: o Brasil terminava a competição no lugar mais alto do pódio. E só não venceu todas as 34 edições disputadas até 2021 porque em 1964 não participou da competição, e a Argentina ficou com a medalha de ouro.
Assim, de 1967 a 2021, foram 28 títulos consecutivos do Brasil, com a Argentina como o principal adversário derrotado nas decisões: foram 18 medalhas de prata, contra oito da Venezuela e uma do Uruguai. No total, o Brasil venceu 33 das 35 edições, somando o vice-campeonato na noite de quarta-feira, enquanto Argentina (dois títulos, 19 pratas e 8 bronzes) e Venezuela (10 pratas e 12 bronzes) completam o pódio dos melhores desempenhos na competição.
Nas redes sociais, usuários expressaram a insatisfação com a derrota, pedindo a saída do treinador Renan Dal Zotto. "É uma vergonha uma seleção tricampeã olímpica não ganhar nem campeonato continental!", desabafou um torcedor. Tendo em vista o resultado deste torneio e das últimas participações do Brasil no cenário internacional, a CBV deverá estudar o futuro da comissão técnica atual.
De 30 de setembro a 8 de outubro, a seleção disputa o torneio pré-Olímpico, que vale vaga para Paris-2024, e vai garantir seis vagas para o torneio. Caso não termine com a segunda melhor colocação do Grupo A (que tem Itália e Cuba como fortes concorrentes), o Brasil ainda pode garantir a participação nos Jogos através do ranking de seleções da FIVB, que só será atualizado depois da fase preliminar da Liga das Nações do próximo ano.
No feminino, a hegemonia também é brasileira: a seleção venceu 23 das 35 edições, com 11 medalhas de prata. No início do mês, o Brasil venceu pela 15ª vez consecutiva o torneio, que teve a Argentina como a segundo colocada e a Colômbia na terceira posição.