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Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e Câmara ficam em silêncio em depoimento à PF, diz defesa

Em nota, os advogados do casal presidencial afirmaram que eles só prestarão depoimento quando estiverem diante de um "juiz natural competente"

Jair e Michelle Bolsonaro - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e da sua esposa Michelle informaram que o casal ficará em silêncio diante da Polícia Federal nesta quinta-feira. Em ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados afirmaram que eles só "prestarão depoimento" ou "fornecerão declarações adicionais" quando o caso do suposto desvio das joias sair do STF e for remetido à primeira instância.

"Os peticionários, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados", diz a nota assinada pelos advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser.

A defesa argumenta que eles só falarão quando estiverem "diante de um juiz natural competente" - ou seja, quando o caso não for mais conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O mesmo argumento foi utilizado pelo ex-ministro e advogado Fabio Wajngarten e o assessor Marcelo Câmara para ficarem em silêncio diante dos delegados da PF. Os dois também foram intimados a prestar depoimento hoje sobre o suposto esquema de desvio de relógios e joias dados a Bolsonaro durante viagens oficiais.

  

No texto, os advogados afirmam que Moraes não tem prerrogativa para tocar o processo, que, segundo eles, deveria ser transferido à 6ª Vara Federal de Guarulhos, em São Paulo. Os defensores citam como justificativa uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que requereu o "declínio de competência" do caso. 

Nesta quinta-feira, Bolsonaro e Michelle chegaram por volta das 10h49 à sede da PF, em Brasília. Outras cinco pessoas também estão sendo interrogadas no inquérito, incluindo o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que esteve na PF por mais de 16 horas na sexta e na segunda-feira passadas. Cid é o único do grupo que está preso.

O advogado Frederick Wassef presta depoimento em São Paulo. Ele chegou na superintendência da Polícia Federal, na Zona Oeste da capital, por volta das 10h50.

Por meio de outro ofício, a defesa de Wajngarten também afirmou que ele ficará em silêncio sob a justificativa que ele não teve acesso aos autos e "em razão do declínio de competência".