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No caminho do Brasil: como o Canadá virou um dos grandes favoritos ao título do Mundial de Basquete

Liderada por Shai Gilgeous-Alexander, equipe arrasou a poderosa França na estreia e está entre as líderes nos principais fundamentos coletivos

Taça da Copa do Mundo de Basquete - Divulgação/FIBA

Shai Gilgeous-Alexander (Oklahoma City Thunder), RJ Barrett (New York Knicks), Dillon Brooks (Houston Rockets), Kelly Olynyk (Houston Rockers) e Dwight Powell (Dallas Mavericks), com Luguentz Dort (Oklahoma City Thunder) e Nickeil Alexander-Walker (Minnesota Timberwolves). Essa poderia ser a escalação de qualquer time competitivo na NBA. Trata-se da seleção do Canadá, uma das grandes sensações do Mundial de Basquete, hoje apontada como principal favorita a desafiar os Estados Unidos e a Espanha pelo título. Será o primeiro adversário do Brasil no Grupo L, na segunda fase de grupos do torneio. As equipes se enfrentam nesta sexta-feira, às 10h30, em Jacarta, na Indonésia.

As credenciais não são exagerados: no jogo de estreia, os canadenses não tomaram conhecimento da França, atual vice-campeã europeia: uma atropelamento por 95 a 65, com atuação de gala de Shai Gilgeous-Alexander, jovem estrela em ascensão na NBA. Foram 27 pontos, 13 rebotes e 6 assistências — a quatro de completar um inédito triplo-duplo no Mundial.

Armador ágil, habilidoso e agressivo, Shai disputou seu primeiro All Star Game na temporada passada, aos 25 anos. Quinto melhor pontuador em médias do torneio (22 por jogo), ele ainda entregaria mais 27 pontos contra a Letônia (101 a 75) e 12 contra a o Líbano (128 a 73), partida em que foi poupado. Foi vital para a campanha de três vitórias em três jogos da equipe na primeira fase de grupos.

"Temos muitos caras famintos, talentosos e com vontade de vencer, principalmente. Quando você tem essas três coisas, pode fazer de tudo. Somos um time divertido de assistir porque jogamos firme, de forma rápida, agressiva e damos tudo pelos torcedores", falou Shai à Fiba após a estreia contra a França.

Dillon Brooks, famoso por ter trocado faíscas com LeBron James nos playoffs da última temporada da NBA, mas também por sua ótima performance defensiva, é outro destaque dos canadenses. É o sétimo jogador que mais rouba bolas (duas por jogo) no Mundial. Os canadenses ainda poderiam ter Jamal Murray, um dos grandes nomes do Denver Nuggets campeão da NBA, na competição. Mas o armador preferiu se preservar fisicamente, apesar de manifestar o desejo de defender a seleção nos Jogos Olímpicos.

Mas o grande trunfo da equipe comandada por Jordi Fernández é o coletivo. O Canadá lidera o torneio em pontos por jogo (108, contra 106 dos Estados Unidos) e em roubos de bola (10,7 por jogo), a segunda equipe com melhor eficiência geral em arremessos (54,8% de acerto, atrás dos 57,2% da Sérvia) e a terceira com mais assistências (29 por jogo, contra 29,3 da Espanha e 29,7 da Sérvia). Em quadra, é uma equipe com poder de transição muito forte e que sabe bem o que faz com a bola.

É esse o tamanho do desafio do Brasil nesta sexta. Mais do que tentar encarar de frente uma das melhores equipes desse Mundial, o time de Gustavo de Conti precisa da vitória para almejar qualquer chance de futuro na competição. Nesta fase, as equipes herdam a campanha do primeiro grupo: Espanha e Canadá chegam com um registro de vitórias-derrotas de 3-0, enquanto Letônia e Brasil, têm 2-1. Só duas vão às quartas de final.