FÓRUM NORDESTE 2023

Grupo JB: Boas práticas da Alcoolquímica

A Companhia Alcoolquímica Nacional, do Grupo JB, foca na meta de carbono zero com a produção de álcool e energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar

Grupo JB: Boas práticas da alcoolquímica - Divulgação

Na Companhia Alcoolquímica Nacional (Alcoolquímica), do Grupo JB, a produção de energia elétrica a partir da queima do bagaço tem evoluído tecnologicamente e aumentado a eficiência no processo de geração de energia, com ganhos de produtividade e garantia da autossuficiência energética da empresa.
Atualmente, a Usina Alcoolquímica possui uma capacidade instalada de cogeração de 125.060 MWh. Desse total, 55.178 MWh são para o consumo próprio e 69.881 MWh, comercializados nos mercados incentivado e livre.

Em seu planejamento estratégico de longo prazo, a Alcoolquímica prevê investimentos que buscam uma maior eficiência energética dos seus processos visando a redução do consumo interno e, consequentemente, maior disponibilidade de energia para a comercialização.

“Focando na meta de carbono zero com a produção de álcool e energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o Grupo JB colabora para que o Brasil tenha uma matriz energética limpa e, ainda, mediante a certificação no RenovaBio, comercializa os créditos de carbono (CBIOS) obtidos através da produção do etanol”, destaca Antonio Rogério Carneiro, gerente comercial do Grupo JB.

NÚMEROS DO SETOR

Na cogeração de bioeletricidade, o bagaço contribui de forma relevante às demandas relacionadas à sustentabilidade. Sua produção pelo setor sucroalcooleiro corresponde a aproximadamente um terço da cana-de-açúcar moída, sendo 90% desse bagaço utilizado para geração de vapor e energia elétrica, atendendo o consumo próprio das usinas, assim como a demanda de eletricidade do sistema nacional, tanto no mercado incentivado quanto no mercado livre. 

De uma forma geral, para cada 2 TM de bagaço queimado na caldeira, são produzidas entre 4,5 TM a 6,0 TM de vapor e gerados cerca de 1 MWh de energia. Em 2022, a produção de bioeletricidade a partir de biomassa em geral para o sistema nacional de distribuição atingiu 25.500 GWh, representando 4,3% da geração total produzida no país, conforme levantamento divulgado pela UNICA, o que equivale a 26% da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu.

Sem considerar a parcela de bioeletricidade produzida por outras biomassas, a energia gerada pelo bagaço ocupava a 3ª posição na matriz de oferta de energia à rede em 2022, resultando numa produção que superou as usinas térmicas a gás, cuja produção de energia elétrica foi de 22.826 GWh, em 2022.

“Apenas no ano passado, a geração de energia elétrica pelo setor sucroenergético para a rede elétrica foi de 18,4 mil GWh, representando 72% da produção total de energia do setor. Isso propiciou uma redução de CO2 estimada em quase 4 milhões de toneladas, marca que equivale ao cultivo de 27 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, destaca Antonio Rogério Carneiro.

A  ENERGIA DA CANA 

A cana de açúcar é uma das principais fontes de energia brasileira, responsável por 6,5% da produção da energia elétrica e 16,4% da matriz energética. “Vemos o setor sucroalcooleiro com um enorme potencial de desenvolvimento, principalmente baseado no etanol de segunda geração e como um importante componente para a produção de hidrogênio verde. Além disso, os resíduos florestais, lenha, biogás (resíduos sólidos urbanos), casca de arroz, entre outros, já respondem por 1% da geração de energia”, destaca Roberto Wagner Lima Pereira, gerente de Energia, Saneamento e Telecomunicações da CNI.

Antônio Rogério Carneiro: foco na meta de carbono zero com a produção de álcool e energia elétrica a partir do bagaço da cana


“Quase todo o nosso segmento realiza produção de bioeletricidade. Essa é uma das nossas forças em termos de sustentabilidade, já que praticamente geramos a partir da biomassa toda a energia/eletricidade que precisamos para nossos próprios  processos industriais. Para além disso, a partir dos anos 2000 o setor começou a adotar um novo paradigma de produção, baseado em um redesenho das unidades industriais, no sentido de otimizar a produção de bioeletricidade a ponto de gerar excedentes exportáveis para o Sistema Integrado Nacional”, explica o presidente do Sindaçucar-PE e da NovaBio, Renato Cunha.  

“A partir daí, as novas unidades que se instalaram já vieram adequadas a essa realidade, bem como algumas unidades já existentes fizeram mudanças - o chamado retrofit - e passaram também a exportar o excedente de bioeletricidade cogerado”, completa Cunha. Segundo o presidente do Sindaçucar-PE, a biomassa já representa 100% da energia na fase industrial nesse segmento e caminha para ampliar o uso para toda a cadeia de produção.

“Na fase agrícola ainda usamos volumes de combustíveis fósseis para caminhões e máquinas agrícolas. Ainda assim, essa é uma realidade que acredito transitória. Com o avanço das tecnologias para aproveitamento do biogás e biometano, as usinas poderão, em um futuro não muito distante, usarem mais renováveis”, projeta Renato Cunha. Segundo ele, a biomassa da cana-de-açúcar já está sendo comercializada no mercado livre e destinada para o mercado contratado.

“O setor de açúcar e álcool é suficiente, inclusive exporta energia excedente na rede e no grid elétrico nacional, e essa exportação é superior hoje a 14 GW de potência. Em relação ao custo de produção, ele é muito competitivo e substitui o óleo combustível de alto e baixo teores de enxofre de forma muito eficiente”, explica o presidente da Datagro, Plínio Nastari.