Ucrânia

Crianças voltam às aulas em meio à guerra, e polícia alerta sobre ameaças de bomba em escolas

Autoridades de Kiev pedem calma à população, enquanto estabelecimentos de ensino são revistados após denúncias de explosivos

Homem passa por bandeiras ucranianas que homenageiam os soldados ucranianos mortos durante a guerra com a Rússia, em Kiev - Anatolii STEPANOV / AFP

A polícia ucraniana alertou nesta sexta-feira (1°) sobre ameaças de bomba nas escolas de Kiev, a capital da Ucrânia, no momento em que mais de 3 milhões de crianças retornam às salas de aula de todo o país para o segundo ano letivo desde o início da invasão russa.

"Recebemos informações sobre a presença de explosivos nas escolas de Kiev" disse à AFP a porta-voz da polícia, Yulia Girdvilis. "Todas as escolas estão sendo monitoradas pela polícia de Kiev com a ajuda do Serviço de Emergência do Estado."

Girdvilis pediu também que as pessoas “mantenham a calma”, enquanto as autoridades inspecionando as escolas. A polícia ainda não ordenou nenhuma retirada.

Mais de 3,6 milhões de crianças ucranianas, das quais 400 mil estão deslocadas no exterior, retornaram à escola nesta sexta-feira.

"O segundo 1º de setembro após a invasão em grande escala. Os russos estão tentando de tudo para destruir nossa nação. A nação preservou a possibilidade de as crianças frequentarem a escola ucraniana", disse o chefe do Gabinete presidencial, Andrii Yermak, no Telegram, nesta sexta-feira.

Este ano, "3.623.169 crianças estão estudando em nossas escolas", das quais 400 mil estão no exterior, mas "permanecem no sistema educacional ucraniano", acrescentou, informando que cerca de 44,9% dos alunos se beneficiarão de aulas presenciais, 24,4% estudarão por meio de ensino à distância e 30,7% de forma mista, disse ele.

De acordo com Yermak, 3.750 escolas foram destruídas "por mísseis e bombas russas" desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

Atualmente, os combates estão concentrados no leste e no sul do país, mas as principais cidades distantes da linha de frente estão sujeitas a frequentes bombardeios russos, seja com mísseis ou drones explosivos.

Na quarta-feira (30), houve um ataque maciço em Kiev que deixou dois mortos e foi descrito por autoridades militares como o ataque mais significativo à capital "desde a primavera".

Abrigos subterrâneos foram montados em algumas das principais cidades para permitir que os professores deem aulas mesmo se os alarmes forem acionados por possíveis bombardeios.

"Os alunos e professores são forçados a se adaptar a essa realidade", disse o comandante-chefe do Exército ucraniano, Valery Zaluzhny, no Telegram. "Mas o principal é que nossos filhos estudem, porque o conhecimento e a cultura são o que nos distingue do inimigo.

O Exército ucraniano lançou uma contraofensiva no sul e no leste do país em junho, em uma tentativa de recapturar territórios ocupados pelas forças russas.