Treinador da seleção espanhola masculina se desculpa por aplaudir Rubiales
Luis de la Fuente considerou que Rubiales não teria que se demitir, mas sim "pedir desculpas"
O treinador da seleção masculina espanhola, Luis de la Fuente, pediu "desculpas" nesta sexta-feira (1º) por ter aplaudido o discurso do presidente suspenso Luis Rubiales, afirmando que se sentiu "levado pela situação".
"Recebi duras críticas (por aplaudir o discurso) que são totalmente merecidas, lamento, compreendo e peço desculpas por isso", disse De la Fuente na coletiva de imprensa de convocação dos jogadores que participarão das eliminatórias para a Eurocopa 2024.
O treinador espanhol afirmou que esteve presente na assembleia extraordinária da sexta-feira (25) passada "convencido de que assistiríamos a um ato protocolar de despedida de um presidente, mas se transformou em algo totalmente diferente do que eu estava preparado".
Rubiales anunciou que não renunciaria como presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) em uma assembleia extraordinária, um dia após a imprensa antecipar sua saída.
"Cheguei pensando que seria uma demissão, ficamos chocados quando vimos que não era assim, pensei que a Assembleia tomaria outro rumo", acrescentou o treinador.
"Não foi fácil de digerir, fiquei em branco, foi uma situação que me superou", disse.
Questionado sobre uma possível demissão, De la Fuente considerou que não teria que se demitir, mas sim "pedir desculpas", pois considerou que cometeu um "erro humano".
"Eu já disse, é imperdoável, se pudesse voltar atrás, não o faria. Estou do lado da igualdade e do respeito", garantiu, insistindo que "todos temos que melhorar em termos da igualdade, eu sou o primeiro e estamos nesse processo".
O treinador espanhol também lembrou que conta com o apoio dos dirigentes e do presidente interino da RFEF, Pedro Rocha, que respaldam sua permanência no cargo.
"Está totalmente apoiado por todos os membros da RFEF, é um trabalhador que está indo muito bem", disse Rocha na quinta-feira (31), à margem do sorteio da Liga dos Campeões, em Mônaco.
"Se eu não tivesse essa confiança, não estaria aqui", insistiu De la Fuente, que afirmou que "nem Jenni nem suas companheiras são responsáveis pelo que aconteceu lá", em referência ao beijo forçado de Rubiales na jogadora.
O treinador finalizou afirmando que prefere ser questionado por resultados e não por questões de valores e princípios, que têm "fortemente internalizados".