Copergás: segurança na transição energética
Mais limpo dos combustíveis fósseis, o gás natural pode ser um caminho para a redução, da emissão de carbono. A Copergás ocupa lugar de destaque na distribuição do produto, sendo a quinta maior do Brasil, apesar de o Estado não ter reservas
De produção predominantemente nacional e com alto potencial para investimentos, o gás natural vem consolidando espaço no setor energético como combustível promissor para ser base de um presente/futuro sustentável no mercado. Não à toa que os números, ascendentes no que diz respeito à sua produção, apontam crescimento. De acordo a Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o País produziu em junho deste ano mais de 152 milhões de metros cúbicos de barris por dia, o maior registro já feito pelo Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural e divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em percentuais, a expansão na produção de gás natural aumentou em pelo menos 5,4% em relação a maio deste ano e em 14,6%, se comparado a junho de 2022. Dados que também foram observados no quesito aproveitamento, quando o gás natural alcançou 97%. O mais limpo dos combustíveis fósseis, portanto, com oferta que chega a 53% via produção nacional. Desta, pouco mais de 80% são em exploração offshore, ou seja, em plataformas instaladas distante da costa, em alto-mar. O gás natural pode ser um caminho para, entre outros aspectos favoráveis ao seu uso, reduzir a emissão de carbono e, quiçá, uma alternativa para o problema do aquecimento global. Premissas que estimulam, por exemplo, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), detentora de concessão pública de distribuição e venda de gás natural no Estado.
“Nossa presença estimula a diversificação da matriz energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e contribuindo para a preservação do meio ambiente”, ressalta o diretor presidente da Companhia, Felipe Valença, que pelo menos para os próximos seis anos tem investimento previsto de R$ 600 milhões. “A Copergás vai realizar sua expansão para regiões estratégicas do Estado, oferecendo assim sua contribuição para o desenvolvimento social e econômico de Pernambuco”, complementa Valença.
Com o papel de indutor de desenvolvimento no setor, a Copergás, por meio de sua rede de distribuição de gás natural - em mais de 1.100 km consegue chegar a diversas localidades do Estado, disponibilizando acesso para aplicações nos segmentos residencial, comercial, industrial e veicular.
“Todos reconhecem a importância do gás natural veicular (GNV) que a Copergás distribui, possibilitando aos usuários obter significativa economia no consumo de combustíveis para seus veículos. E assim é para todos os demais segmentos, já que é um combustível fornecido pela Copergás com custo mais baixo”, avalia o diretor técnico comercial da Copergás, Roberto Zanella, que considera também, acerca do gás natural, a vantagem de um energético de qualidade, redução de custo aos consumidores e o fornecimento contínuo, sem necessidade de estocagem, fato que torna sua utilização mais segura.
MENOS IMPACTO AMBIENTAL
Ao disponibilizar energia limpa e acessível, a Copergás contribui para impulsionar setores diversos de produção e, dessa forma, promove a competitividade atraindo novos investimentos locais, caminhos que também têm como atrativo o fato de o gás natural ser fonte de energia causadora de menor impacto ambiental - principalmente quando comparado com outros combustíveis fósseis, a exemplo do petróleo e do carvão mineral.
“O gás natural também gera menor poluição atmosférica, liberando menos dióxido de carbono (C02), além de ter grande rendimento térmico. É considerado ainda uma fonte de energia de ótimo custo-benefício, e um combustível indicado para suportar a transição energética para as fontes renováveis, como elemento de segurança nesta transição”, assevera Zanella, que também analisa o panorama atual do gás natural em Pernambuco.
“Por aqui ocupamos lugar de destaque na distribuição de gás natural no Brasil, sendo a quinta maior distribuidora deste energético, apesar de não ter no Estado reservas, sendo abastecido por redes de transportes (gasodutos) e depois distribuído pela rede de distribuição da Copergás aos clientes.”
DO NORDESTE PARA O PAÍS
Oriundo da degradação de matéria orgânica, o gás natural é composto da mistura de hidrocarbonetos, a exemplo do propano, metano, butano e etano, e pode ser encontrado em rochas (acumuladas) no subsolo da terra, e também no marinho - dessa forma, em estado gasoso. Considerado ainda como um combustível recente, se for pensado em paralelo ao petróleo, foi tão somente na década de 1940, no Recôncavo Baiano, que o gás natural foi descoberto no Nordeste, com produção iniciada tempos depois.
Em se tratando de outros estados brasileiros na produção de gás, para além da região Nordeste, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Espírito Santo podem ser citados entre os destaques na produção do combustível. Já no que diz respeito a outros países, além do Brasil, tem-se a Rússia, Estados Unidos, China, Irã e Qatar como maiores produtores do combustível, que é utilizado desde a produção de eletricidade, passando por residências, transportes e como matéria-prima para produções industriais. O gás natural passou a fazer parte da realidade do Brasil há algum tempo, mas foi com a descoberta do pré-sal (2006) que o combustível teve sua exploração mais consolidada entre nós. Mas a “falta de cultura do uso do gás natural como fonte energética ainda é uma barreira”, destaca Roberto Zanella.
“Muitos desconhecem as qualidades e vantagens do gás natural, e essa falta de cultura no uso desse combustível acaba por impactar na disponibilidade de soluções para as diversas cadeias produtivas, de empresas especializadas em realizar os serviços de instalações internas dos clientes, por não dispor de cursos profissionalizantes para desenvolvimento de mão de obra especializada, por não ter um conjunto de fornecedores de materiais e equipamentos com custos mais acessíveis e até pelo não desenvolvimento de projetos imobiliários que considerem a aplicação do gás natural para cocção, aquecimento de água e piscinas”, complementa o diretor, que sugere meios de explorar melhor o gás natural no País.
“É preciso encontrar o equilíbrio entre o nível de reinjeção de gás natural nos poços do pré-sal e a disponibilização para consumo em terra. Além disso, se faz necessário elevar o nível de investimento das redes de transporte no Brasil para que os gasodutos atinjam uma maior quantidade de localidades no País”, propõe. Ainda de acordo com ele, a malha do transporte de gás cresceu apenas 1% nos últimos 12 anos, enquanto o crescimento da rede de distribuição foi 107%.