FÓRUM NORDESTE 2023

Fórum Nordeste 2023 debate transição energética nesta segunda-feira (4)

Evento é promovido pelo Grupo EQM, comandado pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, e contará com cinco palestrantes

Energia eólica é uma potencialidades da Região Nordeste - Freepik

Em sua 12ª edição, acontece hoje o Fórum Nordeste 2023 - reunindo empresários, autoridades e especialistas na área da transição energética. O evento é promovido pelo Grupo EQM, comandado pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, e será realizado no Mirante do Paço, no Bairro do Recife, a partir das 8h.

O encontro tem como finalidade promover uma análise e busca por soluções para uma economia sustentável, tendo como base as mudanças das matrizes energéticas, além de ampliar o conhecimento das suas potencialidades no Nordeste.

A transição energética será debatida sob um olhar mais abrangente e profundo, focado não apenas na migração de matrizes energéticas poluentes, como combustíveis fósseis à base de carvão ou petróleo, para fontes de energia renováveis, como hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassas. Serão abordados temas relevantes aos setores de biocombustíveis, etanol e energias limpas que impactam o planeta.

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A ideia é, também estender as discussões aos meios necessários para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.

Para o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) - entidade que concede apoio técnico ao evento -, Renato Cunha, o Brasil conta com valiosos recursos naturais que se completam em aptidões no empreendedorismo, nos recursos humanos e na ciência gerada na academia.

"Biomassa, etanol, biodiesel, biometano, biogas, hidrogênio verde, combustível marítimo e o combustível de aviação (SAF), além das energias hidráulica, solar, eólica e muitas outras fontes renováveis são ativos de uma realidade energética plural que assegurará mais segurança ao planeta. O Fórum Nordeste, em sua versão 2023, procura trazer ainda mais informação qualitativa acerca dessa rica temática", explicou.

Além do apoio técnico do Sindaçúcar, o Fórum Nordeste é patrocinado pela Neoenergia, Banco do Nordeste (BNB), Cahú Beltrão Advogados, FMC e Copergás. Governo do Estado, Prefeitura do Recife e Novabio também apoiam a iniciativa.

Programação do Fórum Nordeste
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Redução das emissões
O Brasil pretende, até 2030, reduzir 43% da emissão de carbono em relação a 2005. A meta é neutralizar as emissões até 2050. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, este ano foi lançado o programa de descarbonização da Amazônia. "O que se pretende fazer é uma transição da geração de energia elétrica a óleo diesel nos sistemas isolados da Amazônia para soluções limpas e renováveis, inclusive com armazenamento e interligação com redes elétricas", explica Renato Cunha.

O Fórum Nordeste 2023 vai trazer cinco palestras ao longo do dia, comandadas por grandes nomes da área que vão não só traçar um panorama sobre temas como descarbonização e sustentabilidade, mas apontar caminhos para um futuro melhor para o planeta.

Os palestrantes desta edição são Plínio Nastari (Datagro), João Irineu Medeiros (Stellantis), Pietro Mendes (Ministério das Minas e Energia), Hugo Nunes (Neoenergia) e Rafael Dubeux (Ministério da Fazenda). Para o senador Fernando Dueire (MDB-PE), que integra a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde e será um dos mediadores do fórum, a energia limpa é um pilar fundamental para o futuro sustentável do Brasil e demais países.

"No cenário atual, estamos testemunhando um aumento na conscientização global sobre os desafios ambientais e as mudanças climáticas, o que torna ainda mais crucial a transição para fontes renováveis", disse.

Ordem do dia
Na visão do senador, não é por acaso que a descabornização da economia está na ordem do dia. "Os países que não apostarem em biocombustíveis, etanol e hidrogênio verde, por exemplo, vão ficar de fora de um novo processo de reindustrialização que o mundo deve passar. O Brasil, e em especial a região Nordeste, tem um grande potencial para se tornar um líder na adoção de energias limpas", complementou.

O Brasil, com vasta extensão territorial, diversidade geográfica e climática, e abundância de recursos naturais, destaca Dueire, está bem posicionado para o setor. "Por isso, a realização do Fórum é uma oportunidade importante para se discutir e buscar soluções que fortalecem essa atividade econômica sustentável", constatou o Dueire.

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto, ressalta que a transição energética é um tema que diz respeito a todos e deve mobilizar Pernambuco e o País. "Na Assembleia, a questão tem motivado debates nas comissões e no plenário e deve, cada vez mais, estar presente nas discussões da Casa. O Grupo EQM acerta em cheio ao tratar da questão no Fórum Nordeste deste ano", disse o parlamentar. 

Para Álvaro, a transição não só tem a ver com a necessidade de se consolidar a migração de matrizes energéticas poluentes e esgotáveis para fontes renováveis. Inclui também, segundo ele, a importância de se adotar o consumo consciente e buscar por soluções de reaproveitamento de energias. Engloba ainda, diz o deputado, a urgência de proteger o meio ambiente, reduzindo prejuízos que a exploração do carvão e petróleo, por exemplo, acarretam há séculos ao planeta.

"É preciso buscar mecanismos que possibilitem o aumento do uso de energias eólica, solar e das biomassas em residências, indústria e comércio, assegurando desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e social. Ao promover este debate, o Fórum Nordeste está dando uma imensa contribuição a Pernambuco e ao País", afirmou.

Segurança energética
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a proposta do Governo é reduzir o consumo de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica e, consequentemente, diminuir os custos e as emissões diretas de gases de efeito estufa, melhorando a qualidade da oferta de energia, gerando empregos e combatendo as ineficiências.

A previsão de investimento é de, pelo menos, R$ 5 bilhões nos próximos anos para transformar os 212 sistemas isolados existentes hoje na Amazônia - e que não estão conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por falta de condições técnicas. A atuação do programa também atentará para a qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia elétrica para a população atendida. 

A participação das fontes fósseis na matriz energética nacional, considerada bastante inferior à média mundial, ainda acontece devido à necessidade de garantia da segurança energética nos momentos de menor geração renovável, como no caso dos períodos de secas nos rios que abastecem as hidrelétricas como é o caso do Rio São Francisco. 

Um outro grande desafio é a dependência de combustíveis fósseis para o suprimento de energia para o setor de transportes. Segundo especialistas, o Brasil conta com uma abundância e diversidade de recursos energéticos que podem viabilizar essa transição energética para um perfil de baixo carbono como é o caso do etanol.