REDES SOCIAIS

X (ex-Twitter) é acusada de ajudar a Arábia Saudita a cometer abusos de direitos humanos

De acordo com o processo, a empresa de Elon Musk estaria divulgando dados de usuários a pedido das autoridades sauditas num volume muito maior do que em outros países

Logo do antigo Twitter - Olivier Douliery/AFP

A rede social X (ex-Twitter) foi acusada, em um processo civil nos EUA, de ajudar a Arábia Saudita a cometer graves abusos de direitos humanos contra seus usuários. Segundo reportagem do The Guardian, a empresa de Elon Musk estaria, inclusive, divulgando dados confidenciais de usuários, a pedido das autoridades sauditas, numa taxa muito maior do que em países como EUA, Reino ou Canadá.

O processo foi aberto em maio deste ano por Areel al-Sadhan, irmã de Abdulrahman al-Sadhan, um apoiador humanitário que foi levado à força por agentes de segurança sauditas e acabou condenado a 20 anos de prisão.

No processo, Areel alega que três agentes sauditas se infiltraram na X, na Califórnia, em 2014 e 2015, o que teria levado à prisão de seu irmão, além da exposição da identidade de milhares de usuários anônimos na rede social - alguns dos quais, mais tarde, teriam sido presos e até torturados, como parte da repressão do governo árabe a qualquer dissidência ou oposição.

Na semana passada, em uma nova etapa do processo contra a X, advogados de Areel e seu irmão incluíram a acusação de que o então presidente-executivo da empresa, Jack Dorsey, tinha conhecimento da campanha do governo saudita para afastar críticos, mas ignorou o fato por questões financeiras.
 

Poucos dias antes da manobra dos advogados, a ONG de direitos humanos Human Rights Watch criticou um tribunal saudita por condenar um homem à morte com base nas atividades dele na X e no YouTube.